Cientistas descobrem que centenas de genes são ativados até 2 dias após a morte
Nossa definição científica do que é a morte poderia mudar proximamente e pelo menos estender o momento no qual uma pessoa é declarada oficialmente "morta". Os pesquisadores Peter Noble e Alex Pozhitkov, da Universidade de Washington, encontraram evidências de que centenas de genes de ratos e peixes-zebra são ativados até 48 horas após o que se considera a morte do organismo. Existem vislumbres de que isto também ocorre em seres humanos, o que poderia ter envolvimentos para o transplante de órgãos e inclusive a ressuscitação.
Os cientistas determinaram isto medindo a quantidade de ARN mensageiro nestes animais em intervalos de 4 dias depois de sua morte. Observaram picos de atividade associada com mais de 500 genes, o que significa que existe suficiente energia e função celular para que se ativem certos genes depois da morte. Curiosamente alguns dos genes ativados (os que geralmente se apagam ao nascer) têm a ver com o desenvolvimento do feto, e também genes previamente associados com o câncer.
A pesquisa questiona nossa definição da morte, que comumente é definida com a suspensão das batidas do coração, atividade cerebral ou respiração. Como assinala um dos autores do estudo, se os genes estão ativos 48 horas depois isto merece que nos perguntemos se uma pessoa segue tecnicamente viva.
- "Claramente estudar a morte proverá nova informação sobre a biologia da vida", diz Peter.
Pelo momento, acham que os genes mantêm-se ativos como parte de um processo fisiológico que ajuda a sanar ou ressuscitar após lesões severas. Depois da morte pode existir suficiente energia celular para disparar um processo relacionado a proteção do dano de uma inflamação, como se o corpo seguisse vivo. Por outro lado, a interrupção acelerada de alguns genes que suprimem outros normalmente pode permitir que genes usualmente inativos se acendam, como aqueles do desenvolvimento embrionário.
Via | NewSci.
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