Você tomaria cápsulas de cocô alheio para emagrecer?

LuisaoCS

Você tomaria pílulas de cocô alheio para emagrecer?

Não é a primeira vez que falamos de comprimidos fecais e algo me diz que não será a última. As novas metodologias para realizar transplantes de cocô estão facilitando a busca das aplicações inovadoras. Se a última vez falávamos desta técnica para infecções gastrintestinais sérias e doenças autoimunes, hoje nos inteiramos que estão sendo usadas para perder peso.

Elaine Yu, professora e pesquisadora no Hospital Geral de Massachusetts, está realizando um ensaio clínico para avaliar a efetividade deste tratamento na obesidade. A mecânica é simples: os pacientes receberão doses semanais de fezes liofilizadas de pessoas magras durante seis semanas com o objetivo substituir sua flora intestinal. Depois do transplante, será realizado um monitoramento de seu peso e da saúde enquanto mantêm seus hábitos alimentares normais. Já ninguém poderá dizer que fazer dieta não é, com perdão, uma merda.


A ideia tem fundamento. Há vários estudos sobre a flora intestinal de gêmeos que indicam que o microbioma intestinal tem papel fundamental na obesidade. Em 2013, um estudo clínico fez um transplante da flora de dois irmãos gêmeos (um com sobrepeso e outro normopeso) a dois grupos de ratos. Ainda que a dieta era a mesma para todos os ratos, os receptores da flora do gêmeo obeso engordaram mais que os demais.

Outros estudos apontam que a obesidade está vinculada ao desequilíbrio e a falta de diversidade dos micróbios intestinais. De fato, no ano passado teve um caso muito curioso que apóia esta teoria: uma paciente que foi submetido a um transplante fecal se curou da infecção, mas inexplicavelmente começou a ganhar peso. Inexplicável até agora, porque a doadora, sua filha, era saudável, mas efetivamente era bem gordinha.

Os tratamentos deste tipo poderiam ajudar a resolver um dos problemas com os quais estão enfrentando as intervenções dietéticas para tratar a obesidade e transtornos metabólicos. Muitas vezes mudança de hábitos de vida não resultam em grande dificuldade senão que podem ser contraproducentes.

Via | IFLScience.


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