Um grupo de biohackers está tentando criar insulina genérica e livre de patentes
Todas as variedades conhecidas de insulina que uma pessoa diabética pode encontrar na farmácia têm uma coisa em comum: estão protegidas por sua própria patente. Um grupo de cientistas quer acabar com esse oligopólio e para isso está desenvolvendo a primeira insulina totalmente livre e genérica.
Desenvolver uma insulina genérica suporia libertar o mercado de um composto caro, mas vital para mais de 370 milhões de pessoas no mundo. O processo, no entanto, não é nada fácil. A insulina é uma substância orgânica complicada de produzir em laboratório. O projeto para criar a versão livre deste fármaco chama-se Open Insulin, e corre por conta de um laboratório farmacêutico chamado Counter Culture Labs.
Para criar insulina, os pesquisadores de Open Insulin estão utilizando bactérias E. coli modificadas. A insulina resultante deve ser depois purificada. Por enquanto, o processo está em pleno desenvolvimento e, de fato, criaram uma campanha de angariação de fundos no site de financiamento coletiva de estudos científicos Experiment.
O problema não é tanto descobrir um método para fabricar a insulina. Kevin Riggs, da Universidade Johns Hopkins e especialista em pesquisa sobre insulina explica que o autêntico problema é a FDA. Para aprovar um fármaco biológico como a insulina, a Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA estabelece alguns requisitos muito complexos. O fato de que as companhias farmacêuticas donas das patentes de insulina refinem o método a cada pouco tempo para manter seu controle sobre esta substância não faz senão entorpecer ainda mais o processo.
Os biohackers da Counter Culture Labs vão para além da criação de uma companhia para vender uma insulina genérica mais barata. Seu objetivo em longo prazo é desenvolver kits pára que qualquer doente de diabetes possa fabricar sua própria insulina em casa, mas para isso ainda faltam anos. Uma insulina mais acessível seria um primeiro passo.
Via | Popular Science.
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