A corrida pela dessalinização da água
"Não há escassez de água no planeta azul: só de água doce", assinala Karen E. Lange, do National Geographic, em um artigo que explora as novas tecnologias para tornar a água potável. Cerca do 70$% da superfície de nosso planeta está recoberta pelo vital líquido, mas diferente do Brasil, que se dá ao luxo de ter os dois maiores aquíferos do mundo: o Guarani e o recém descoberto Alter do Chão, o mundo tem a sua disposição uma quantidade muito limitada a ser utilizada.
O processo de dessalinização da água não é inovador. Na verdade já é empregado desde a década de 60 no Oriente Médio, e foi-se estendendo ao longo de 150 países. As nações dessa zona do mundo, tão privilegiadas em petróleo como castigadas em água, vem experimentando com aproximações úteis, mas muito custosas. O método mais conhecido é a destilação por força bruta, que consiste em levar a água do mar à ebulição até provocar a evaporação, para posteriormente condensá-la sem o sal. Outro dos mecanismos mais empregados é a osmose inversa, que consiste em passar o líquido por uma membrana que captura o sal.
Estes dois métodos requerem muita energia e, portanto, uma despesa elevada. Até agora, são três as alternativas que poderiam ter sucesso no futuro. Por uma parte, encontra-se a osmose forçada, que consiste em passar o líquido por uma membrana porosa para uma solução mais salgada que a água do mar, mas com um tipo de sal que se evapora mais rapidamente. As outras duas opções são focadas na membrana, substituindo-a por poros de nanotubos de carbono; ou na terceira possibilidade, que emprega as proteínas que conduzem as moléculas do H20 pelas membranas celulares.
O panorama é animador ainda que a deterioração parece mais veloz que os avanços. Por exemplo, ainda não há uma forma de aproveitar a salmoura (água com uma alta quantidade de sal dissolvida) que resta dos processos. Paradoxalmente, ao destilar a água do mar, os resíduos que regressam, aumentam a salinidade dos oceanos. Assim, a batalha pelo líquido vital por enquanto é somente travada pelos laboratórios do mundo, com a esperança de que a sua busca não levante armas. A corrida pela dessalinização começou: não importa que nação a ganhe, porque se existir derrota, seria para toda a Humanidade.
Via | NatGeo.
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