Use o dedo para atenuar os seus conceitos pré-estabelecidos
Existem vieses cognitivos aos montes e nosso cérebro, pese a sua quase perfeição como máquina, está cheio de bugs que nos levam a uma percepção distorcida do que acontece a nossa volta, salpicando a realidade com elementos oníricos. E o pior, é que complicamos ainda mais quando enfiamos coisas que não "eczistem" na cachola.
Nosso cérebro está acostumado a ver as coisas em um plano geral para criar um contexto do que estamos vendo, assim que é muito difícil destacar algum rosto conhecido no meio da multidão, porque, em princípio, o cérebro vai processar a imagem como um todo.
É exatamente isso o que acontece na imagem acima: nosso cérebro processa a informação considerando as áreas sombreadas da peça superior em relação a inferior, com uma contribuição importante proporcionada pelo fundo contrastante marrom e azul claro, de forma que percebemos dois tons de cinza, o superior mais escuro e o inferior mais clarinho. Só que, em realidade, este contraste não existe. Seu cérebro está pregando lhe uma peça. Para ver basta colocar o dedo cobrindo a junção entre as peças e voilá! A mágica acontece, como é possível ver na ilustração após o ilusório salto.
Extrapolando esta ilusão de óptica para o nosso cotidiano, podemos eliminar muitas ilusões cognitivas e também conceitos pré-estabelecidos de forma equivocada, usando o dedo ora para destacar as semelhanças, ora para evidenciar as diferenças. Quer ver?
Por exemplo, as pessoas podiam eliminar uma ilusão cognitiva colocando o dedo entre a filantropia virtual -essa hipocrisia que gera milhares de curtidas em fotografias de gente deficiente, no Facebook- e a real. Nesse caso as diferenças são gritantes pois visitar um asilo ou um lar de crianças abandonadas apenas para levar um sorriso dá mais satisfação que trocentas milhões de curtidas.
O dedo serve também para desconstruir pré-conceitos e mostrar que tanto gente preta, quanto gente gorda, quanto gente gay, quanto gente religiosa, quanto gente ateísta, quanto gente macumbeira, quanto gente feia, quanto gente burra... no final é tudo gente! Basta ter vontade de usar o dedo para cobrir os adjetivos para descobrir que todos continuam sendo gente! Todos temos a mesma cor cinza, um tom de cinza que remete ao pó... pó de estrelas que um dia voltaremos a ser.
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Comentários
Nada de muito extraordinário Polemos, apenas estou feliz e renovado depois de umas férias revigorantes quando finalmene fiz uma viagem que planejava faz bastante tempo.
Obrigado!
Fraternos abraços.
Sinceramente Luis Admin., o senhor tem me surpreendido em suas postagens já faz umas 3 semanas. Não só aqui, mas no MDig também. Estão parecendo muito diferentes do que costumavam ser. Tem alguma coisa diferente em seus textos. Seria um espanto com algum evento cotidiano que, de repente, pareceu estranho? Seria um abuso passageiro das próprias opiniões? Bem, os textos estão sensivelmente melhores. Err... Talvez tenha sido acometido por Poesia ou Filosofia. Se bem que, segundo alguns filósofos gregos antigos, a Filosofia é filha da Poesia, então acaba sendo quase a mesma coisa. Seria influência de amores?
Não importa, este texto e vários outros, de algumas semanas atrás até hoje, estão bem melhores.
Ótimo, ótimo! Isso foi bom!
Não esperava por essa analogia.
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