A pobreza afeta o quociente intelectual das pessoas
Os esforços para enfrentar os problemas materiais básicos esgotam as capacidades mentais das pessoas pobres, deixando-lhes pouca energia cognitiva analítica para dedicar à sua educação, assinalou um estudo publicado recentemente na revista Science.
Esta mobilização das capacidades cognitivas para superar situações estressantes, como o fato de saber se terá dinheiro suficiente para alimentar à família ou pagar o próximo aluguel, pode supor uma redução de 13 pontos do QI de uma pessoa, isto é um decréscimo de 10% com respeito à média da população -O QI médio mundial é 100. No Brasil, a média é 86-.
Um retrocesso deste tipo equivale à sofrida depois de uma noite sem dormir, precisaram os pesquisadores:
- "Para muitos pobres, estes problemas tornam-se tão persistentes que é difícil concentrar-se em outras coisas como educação, formação profissional, ou inclusive a organização de seu tempo", explicou Sendhil Mullainathan, economista da Universidade de Harvard, um dos principais autores deste relatório.
- "Isto não significa que os pobres sejam menos inteligentes que os demais, senão que a pobreza mobiliza muita energia mental", insistiu. - "É como um computador que funciona mais lentamente porque está carregando um vídeo muito longo e pesado", comparou.
- "O problema é que a pobreza é vista com freqüência como resultado de um fracasso pessoal ou conseqüência do fato de ter sido criado em um meio desfavorável, mas nosso estudo mostra que a falta de recursos financeiros pode sim deteriorar as funções cognitivas", disse por sua vez Jiayingt Zhao, professor anexo de psicologia da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá.
Para este estudo, os pesquisadores realizaram experiências com 400 pessoas entrevistadas a esmo em um shopping de New Jersey (EUA) entre 2010 e 2011, com um rendimento médio anual entre US$20.000 e US$70.000 por ano.
Os autores repetiram os testes na Índia com agricultores que cultivavam cana de açúcar e que recebiam o fruto de seu trabalho uma vez por ano.
Os resultados destes trabalhos poderiam ter envolvimentos em matéria de políticas sociais, e inspirar soluções a problemas vinculados com a pobreza sem incrementar em troca o montante da ajuda financeira. Trataria, sobretudo, de atender as preocupações que fazem reduzir a carga cognitiva dos pobres, assinalaram.
Via | Business Insider.
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Comentários
É duro admitir, mas isso é a mais pura verdade. Mas não sei se o problema é a pobreza ou o coitadismo. Já fui tão pobre que não tinha sapatos para ir na igreja. De verdade. Minha mãe, coitada, já precisou comer passarinhos e pegar verduras do lixo para não morrer de fome. Hoje eu sou formado, terminando a pós, rumo ao mestrado e quicá ao doutorado.
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