Líder do LulzSec rói a corda e entrega parceiros para o FBI
Era verão em Nova York. Pese ao calor, dois agentes do FBI vestiam seus coletes a prova de balas com óculos de sol quando subiram as escadas do edifício onde morava Hector Xavier Monsegur, em 7 de junho de 2011. Sob suor intenso, bateram em uma porta do sexto andar e um homem de jeans e camiseta branca abriu identificando-se como Héctor -ou Sabu- exatamente o alvo que os agentes estavam buscando.
O líder de LulzSec, o grupo que tanto caos causou com ataques à CIA, Fox, Sony e outras instituições, uma suposta mente criminosa avançada que buscava danos milionários para as companhias… em realidade era um programador desempregado de 28 anos, pai de dois filhos, que nunca fez um curso superior e, autodidata, intuiu, buscou e pesquisou o necessário para sua aprendizagem em computação.
Os antecedentes eram amplos. Segundo a acusação, Sabu participou nos ataques ao Visa e Mastercard, ao governo da Tunísia e do Zimbábue, HBGary, Fox, Sony, Nintendo, Bethesda, PBS, o Senado dos Estados Unidos e outros. Também é acusado de roubo de identidade e de cartões de crédito.
- "Ele é extremamente inteligente. Brilhante, mas é um frouxo", relatou um dos oficiais a Fox News. Ainda que normalmente escondia seu IP usando proxies, Sabu cometeu um erro bobo entrando em um dos chats de LulzSec com um IP transparente. Bastou apenas uma vez para que o FBI botasse a mão nele.
Foi monitorado por semanas, buscando informação para poder acusá-lo, quando em 7 de junho alguém publicou a identidade real de Sabu na internet. O FBI pensou que o hacker, alarmado, começaria a destruir as evidências de suas atividades ilegais ao ver isto, de maneira que decidiram agir. Detiveram-no em sua casa. Após interrogá-lo, Sabu admitiu seu papel em LulzSec.
- "Foi por seus filhos. Faria qualquer coisa pelos meninos. Não queria ir para a prisão e deixá-los, assim foi como o pegamos", disse um dos agentes.
Monsegur foi detido por acusações de roubo de identidade, após o FBI encontrar números roubados de cartões de crédito que o hacker pretendia vender. Foi colocado em liberdade sob fiança, e em 15 de agosto declarou-se culpado de uma dezena de acusações relacionadas com atividades hackers e aceitou colaborar com o FBI.
- "Poderia estar fazendo milhões de dólares no departamento de segurança de uma grande empresa. Mas vejam só, está vivendo de migalhas, de salário desemprego, e se viu forçado a trair seus amigos ou passar o resto da vida na prisão", disse um dos agentes.
Sabu passou então a trabalhar de maneira secreta para o governo e o resultado disto tudo: esta manhã foram presos cinco membros do grupo "hacktivista" LulzSec em operações realizadas nos Estados Unidos e Reino Unido. Quatro dos detentos são acusados por um caso de conspiração apresentado na corte federal de Nova Iorque.
Com sua colaboração foi possível levar adiante a investigação que agora ajudou à detenção de jovens entre 19 e 29 anos: dois ingleses, dois irlandeses e um estadunidense. Trata-se de Ryan Ackroyd ("Kayla") e Jake Davis ("Topiary"), ambos de Londres; Darren Martyn ("pwnsauce") e Donncha O’Cearrbhail ("palladium"), ambos da Irlanda; e Jeremy Hammond ("Anarchaos") de Chicago.
Um oficial do FBI assinalou que "isto é devastador para a organização... estamos cortando a cabeça do LulzSec".
Entre as muitas ações notáveis realizadas pelo coletivo LulzSec estão a invasão do The Sun onde declararam que Rupert Murdoch tinha morrido, o vazamento de documentos da polícia de migração nos Estados Unidos, um ataque à CIA, e um dos ataques a Sony, entre outros.
LulzSec dissolveu-se há oito meses e seus membros operavam de forma esporádica, mas depois que os logs de chat de LulzSec foram publicados pelo jornal The Guardian, os membros do grupo ficaram temerosos e reconheceram que a polícia estava em seu encalço. Eles tinham razão.
Via | Fox News.
Notícias relacionadas:
Comentários
E essa foto com bico de pato?
Deixe um comentário sobre o artigo
Comentários devem ser aprovados antes de serem publicados. Obrigado!