Vint Cerf afirma que a Internet não é um direito humano
Vint Cerf é conhecido mundialmente como "o pai de Internet" porque lhe ocorreu certo dia criar um tal protocolo TCP/IP. O homem sabe e dita regras sobre o assunto. Talvez por isso, provavelmente, deixe alguns um pouco decepcionados o fato de que o hoje vice-presidente e "evangelizador" do Google assinale para quem quiser ouvir que a Internet não é um direito humano, mas atenção: tem toda a razão.
O conceito de que a Internet é (ou deveria ser) um direito humano começou a gestar-se no ano passado em meio da série de revoltas sociais que aconteceram em todo mundo e que provavelmente não teriam tomado forma ou organização a tal nível se não tivessem contado com as redes sociais para gerar tal impacto.
Mas não há que esquecer que os direitos humanos são vitais, e também devemos ser capazes de saber de forma clara que certas coisas, como por exemplo, a liberdade de expressão, são primárias para a vida e evolução.
Por isso, para Cerf a coisa não passar disso. Em uma coluna para o New York Times sustentou que
- "...a tecnologia é um facilitador de direitos, não um direito em si. É um erro colocar qualquer tecnologia em particular nesta elevada categoria, dado que com o tempo acabaremos valorizando as coisas erradas. Por exemplo, em um dado momento da história, era difícil para uma pessoa ganhar a vida se não tivesse um cavalo. Mas o direito importante nesse caso era o direito de ganhar a vida, não o direito a ter um cavalo".
Na mesma linha, ele acredita que a Internet hoje é uma ferramenta indispensável para permitir a liberdade de expressão, mas nem por isso deve ser confundida que seja parte da liberdade de expressão em si. Isto também não significa que tenhamos que dar as costas a Internet como é:
- "Melhorar a Internet é só mais um meio, ainda que importante, através do qual podemos melhorar a condição humana. Deve ser feito com um reconhecimento pelos direitos civis e humanos que merecem proteção, sem pretender que o acesso em si seja um direito", explicou Cerf.
Por isso acho que temos aqui um assunto de prioridades e escolhas. Primeiro preocupemos com as pessoas que literalmente estão morrendo de fome antes de nos preocupar que tenham Twitter e Facebook e que possam tuitar a respeito.
Via | New York Times.
Notícias relacionadas:
- Vint Cerf quer uma Internet que nos conecte com os animais (Vint Cerf)
- 5G em 2019: um teste do mundo real (internet)
- Redirect Path, uma interessante extensão do Chrome para comprovar redirecionamentos da Web (internet)
- Juíza outorga pela primeira vez direitos humanos a chimpanzés (direitos humanos)
- Snowden oferece ajuda ao Brasil e pede asilo no país mais uma vez (direitos humanos)
- Estados Unidos declara que pode hackear servidores fora de seu país sem uma ordem judicial (direitos)
Comentários
Ele eh um sabio.
Deixe um comentário sobre o artigo
Comentários devem ser aprovados antes de serem publicados. Obrigado!