A teia de uma aranha é uma das formas geométricas mais perfeitas da natureza, criada, para surpresa de nosso entendimento, sem nenhuma intuição matemática aparente ainda que, podia supor, como um verdadeiro conhecimento secreto da harmonia e da perfeição. Agora cientistas do Instituto Tecnológico de Massachusetts descobriram que estes padrões guardam uma relação íntima com as estruturas sônicas de uma melodia em um estudo publicado ontem na revista Bio Nano Science.

Os pesquisadores analisaram uma teia de aranha em sua composição a nano escala, em combinação com o conceito matemático de "olog" [ontology log], acunhado por David Spivak, um dos participantes no estudo, que permite categorizar abstratamente as propriedades gerais de um sistema e mostrar as relações inerentes entre a função e a estrutura. Sobre estes, Markus Buehler, outro dos envolvidos, explica:

- "Os olog nos permitem compilar informação sobre como os materiais funcionam em uma maneira matematicamente rigorosa e identificar esses padrões que são universais para uma ampla gama de materiais. Seu potencial para a engenharia de construção do meio -quanto ao desenho de novos materiais, estruturas e nfraestruturas- é imenso".

- "Ademais, este conceito permite revelar novas relações entre âmbitos aparentemente dissimiles com o objetivo de melhorar a engenharia e o desenho de materiais", agregou Joyce Wong, da Universidade de Boston.

Neste sentido a relação entre a teia de aranha e a música refere-se a que uma teia de aranha é suficientemente robusta para evitar uma falha catastrófica devido aos diferentes materiais empregados nas fibras de seus fios. Em música, os teóricos observaram que, de maneira parecida, ao suprimir acordes soltos de uma sequência harmônica provoca um efeito menor na qualidade harmônica de toda a sequência.

Certa vez disseram que algum deus deve falar a linguagem da matemática. Talvez, com este conceito do olog, o logos da ontologia, redescubramos que a divindade, assim como todas as coisas no universo, cabem em uma espécie de aleph matemático no qual todos convivemos inter-relacionados secretamente (pode ser um pouco tolo, mas é bonito e poético).

Via | Science Daily.

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