De onde vem o mal?
Em Minority Report, os futuros criminosos eram identificados e presos antes de cometerem crimes. E em Laranja Mecânica, o criminoso Alex DeLarge é drogado e submetido ao Tratamento Ludovico, passando a sentir aversão à crueldade.
Saindo da ficção para a realidade, a ciência encontrou áreas cerebrais envolvidas no controle da maldade, genes relacionados à crueldade e situações em que até mesmo os mais bondosos podem se transformar em torturadores. Para Simon Baron-Cohen Ph.D. em psicologia, fazer o mal pode não ser uma questão de livre-arbítrio, mas devido a uma deficiência no cérebro.
Temos capacidade natural de identificar o que outra pessoa está pensando ou sentindo e responder com uma emoção adequada. Ela é a empatia, espécie de válvula de segurança contra a maldade. Essa habilidade está atuando quando você freia um instinto de agredir alguém indefeso ou impede um terceiro de agir assim, prevendo o sofrimento da vítima.
Um mecanismo do cérebro se ativa para que possamos sentir dentro de nós as emoções que presenciamos. Esse mecanismo de identificação nos leva a considerar o sentimento dos outros ao tomar qualquer atitude - ver uma velhinha com dificuldades para atravessar uma rua, e sentir vontade de ajudá-la.
Mas se você estiver muito focado em você mesmo, por exemplo, pensando no namorado que está lhe traindo, o sistema é desligado e seu cérebro pode não perceber a dificuldade da velhinha. Fatores como estresse, álcool e cansaço diminuem temporariamente a empatia.
Um curto circuito da empatia faz com que a pessoa não sinta um bloqueio ao pensar em fazer algo malvado. Quando alguém comete uma crueldade, o circuito teve um mau funcionamento. Mas para que a vontade de praticar uma maldade não seja freada pela perspectiva de sofrimento da outra pessoa, é preciso que a empatia esteja bem baixa, o que normalmente não está ligado apenas a fatores de momento.
Psicopatas não são contagiados pelas emoções alheias e não sofrem remorso - a empatia é zero neles. Um pouco acima do nível zero estão pessoas que podem ser capazes de machucar as outras, mas sentirão remorso depois. Num nível ligeiramente acima, a pessoa freia a violência.
O nível de empatia não é determinado no momento do nascimento. Há uma interação de fatores sociais com causas genéticas há ser investigadas. Descobriu-se 4 genes relacionados à empatia, e uma área cerebral, o giro frontal inferior. Outras considerações para empatia baixa está em maus-tratos, separação precoce dos pais ou rejeição na infância, abuso sexual quando crianças.
Cientistas defendem que falhas no cérebro permitem que a maldade apareça e falam em consertar os circuitos cerebrais que não funcionam. Para corrigir a mente - a droga oxitocina tem sido usada para agir no cérebro e melhorar o comportamento moral, aumentando o nível de empatia por algumas horas, tornando a pessoa mais reticente em agredir e agir de forma mais altruísta.
Uma outra questão é a desumanização, o considerar pessoas como animais repugnantes ou objetos, como ocorreu nos abusos do Holocausto. As pessoas naturalmente inibem a violência contra outros que categorizam como seres humanos. Então, nesse caso, é preciso que a outra pessoa seja ‘desumanizada’ dentro da cabeça para que a crueldade ocorra. Isso explicaria, de certa forma, agressão à mendigos.
Para os psicólogos sociais, não é uma simples questão de ser mau, o ambiente modifica a forma como as pessoas percebem as outras. A situação exerce a maior influência nos casos de crueldade. E, não adiantaria administrar uma pílula contra maldade se tudo ao redor está forçando a pessoa a fazer coisas más, como viver em meio à pobreza.
Dentre tantas novas promessas contra a maldade, a iniciativa DSPD é um programa para pessoas com severos transtornos de personalidade, do governo britânico, onde presos psicopatas são separados e tratados em centros psiquiátricos de segurança máxima com drogas e psicoterapia intensiva. Algo extremamente caro - quase meio bilhão de reais em 10 anos para tratar apenas 240 sociopatas, e sem comprovação de eficácia. O programa também trata e vigia crianças com graves distúrbios de conduta com a intenção de prevenir o surgimento de psicopatas.
Tratar em vez de apenas punir. Não responsabilizar uma pessoa por suas ações más apenas. Intervir em pessoas predispostas à crueldade. Obrigar prisioneiros a tomar remédios que possam mudar a personalidade. Sequenciamento genético para traçar a anatomia do mal dentro do ser humano... Qual seria a cura para a maldade? É o que centros de pesquisa pelo mundo todo estão buscando.
E toda raça experimentará, para todo mal, a cura.
Via | Revista Galileu.
Notícias relacionadas:
Comentários
Contrataram a Luna? KKK
Eu não sei mais creio que mal e bem vão muito além disso
Faço minhas as palavras do Fox.
Ótimo texto Luna!
Porém, eu acho que se os britânicos estão gastando tanto dinheiro com esses psicopátas sem retorno, deviam meter bala neles logo duma vez.
Oi luna, adorei o teu post, ta ótimo como sempre...espero que num dia não exista mais maldade. Que as pessoas possam voltar a contemplar a natureza. Que as pequenas coisas da vida sejam grandes novamente. Que a e o conhecimento informação sejam livre para todos. Que as pessoas tomassem consciência de que são parte da natureza e que não são superiores a ela. Que todos sejam felizes e se respeitem. Que não exista fome ou desigualdade.
Enfim, eu espero que um dia o ser humano seja mais humano, que aprenda a viver em coletividade, sem olhar para o próprio umbigo.
Se o mal tem cura,não sei!
Só sei que o capeta não vai gostar muito qndo descobrirem,haha!!
Ótimo post Luna,vc é demais garota!
:*
Deixe um comentário sobre o artigo
Comentários devem ser aprovados antes de serem publicados. Obrigado!