A dislexia não é um problema de leitura, senão de como o cérebro processa a linguagem
Comumente as pessoas consideram a dislexia como um problema em que as crianças misturam as letras e interpretam as palavras de forma equivocada, mas a ciência a cada vez reúne mais razões para achar que estas dificuldades de leitura são apenas parte de um problema maior que estaria relacionado com a maneira em que o cérebro processa a linguagem e junta palavras a partir de unidades menores de som.
Pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), encabeçados pelo professor de neurociência cognitiva John Gabrieli, descobriram uma ligação entre os problemas dos disléxicos para perceber a linguagem e como processam-no em seus cérebros, examinando a capacidade das pessoas para reconhecer vozes (tendo dislexia ou não).
Os cientistas solicitaram aos participantes para associar uma voz falando em inglês e mandarim, com um avatar. Os não disléxicos conseguiram em 70% das vezes em inglês e 50% em mandarim, enquanto os disléxicos só acertaram em 50% das ocasiões, sem importar o idioma.
Segundo os pesquisadores, isto demonstra que a dislexia não é um problema de entendimento do significado correto das palavras, senão do correto processamento dos sons da fala. E isto poderia ajudar a explicar as razões pelas quais as crianças que padecem de dislexia têm problemas para aprender a ler.
Junto com isso, os afetados também têm complicações para ligar os sons auditivos das palavras e sílabas com as palavras escritas. Com estes conhecimentos, agora podem surgir mais pesquisas para conseguir entender como é que o cérebro processa as palavras e a associação entre os sons e a visão para compreender a linguagem, ademais claro, para aprender melhor como ajudar quem padece deste problema.
Via | NY Times.
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Comentários
Bom saber,talvez meu afilhado seja disléxico e eu nem tinha pensado nisso!
Bah.
Agora senti orgulho de saber pouco sobre o mundo médico e ser inteligente ao mesmo tempo. Eu sempre achei que dislexia era um problema no modo como o cérebroprocessa/interpreta a linguagem. A grande surpresa para mim é descobrir que existiam disposições contrárias a este ponto de vista tão óbvio.
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