Invasão ao amanhecer

Luna

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Praia de Ostional, oeste da Costa Rica. Ainda não amanheceu. Só se ouve o som calmo do vai e vem das ondas. Na praia de areia escura, algo incrível está para acontecer. Um fenômeno incomum e extraordinário.

Manchas verdes-escuras começam a aparecer em meio às ondas do oceano Pacífico. Elas chegaram! Centenas, milhares. Em poucos minutos, ondas as lançarão na praia dando início a um dos maiores espetáculos naturais da Terra - a desova das tartarugas-olivas (Lepidochelys olivacea).

Ao amanhecer, elas chegam, avançam pela praia e não perdem tempo e nem se distraem, logo começam a escavar buracos e a depositar cerca de 100 ovos cada. Elas cavam os buracos com as nadadeiras posteriores, em seguida, elas empurram a areia de volta com suas nadadeiras dianteiras.

Tarefa cumprida! As tartarugas-olivas estão exaustas e precisam retornar ao mar antes do calor da tarde. Elas mergulham nas ondas do oceano Pacífico e somem, deixando para trás os pequenos tesouros.

Interferência humana - durante uma Arribada,  são recolhidos em torno de um milhão de ovos de tartarugas-olivas pelos habitantes de Ostional. São comercializados em toda Costa Rica, onde são considerados uma iguaria.


Seis semanas se passaram. Bem abaixo da areia quente, os embriões se desenvolveram em animais minúsculos. Após um período de incubação de 50 dias, lá embaixo da areia, há cerca de 50 centímetros de profundidade, os ovos eclodem e nasce toda uma nova geração de tartaruguinhas.

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O nascimento dos filhotes da tartaruga-oliva é incrivelmente sincronizado. 1, 2, 3... E todas de uma mesma desova rompem as cascas de seus ovos no mesmo instante. (Fotos: Solvin Zankl).

Aos poucos, vão se desenterrando da areia até chegar à superfície da praia, onde terão um grande desafio - correr - é a fase mais perigosa - muitas morrem subitamente. As tartaruguinhas começam a se mover imediatamente rumo à arrebentação.

É um caminho relativamente curto, mas suficiente para testemunhar mil mortes. Vários animais já estão à espreita, esperando o momento para se fartarem com as pequeninas. Os urubus-de-cabeça-preta, por exemplo, são malvados especialistas em arrancar cabeças de tartarugas bebês, é que, eles não conseguem engolir o réptil inteiro.

Os primeiros perigos foram vencidos, milhares de filhotes sobrevivem e chegam ao mar - totalmente aptos para remar. Agora, as tartarugas-marinhas irão nadar durante dois dias para se afastar da costa e chegar ao mar aberto para uma jornada misteriosa. Ninguém sabe onde os animais jovens vivem, nem de que se alimentam.

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Os machos nunca mais passarão por ali, só experimentam a vida terrestre quando eclodem dos ovos. As fêmeas, milhares delas, um dia voltarão em coletiva, antes do amanhecer - movidas pela força mais poderosa da natureza - a procriação.

Via | revistageo.


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Comentários

Ah, Mih, brigada, lindona. Te adoro tbm.

Mas o mérito não é meu, é da natureza, e os créditos são de quem escreveu o artigo e de quem tirou as fotos belíssimas. Eu fiz tipo o papel do RNAm. Huahua

E sobre o azul, tem que brigar com o Luisão.

Ótimo post Luninha!!
As fotos estao lindas e o texto bem explicativo,e sabe amo vida marinha!!E viu,mesmo com esse azul que dói minhas vistas,vim prestigiar sua inteligencia!Te adoro floriii!!!

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