Condenado a tuitar 100 vezes

LuisaoCS

Condenado a tuitar 100 vezes

Fahmi Fadzil, ajudante de um político da oposição malaia e analista habitual de temas sociais, fez em janeiro passado uma acusação através de sua conta de Twitter, que uma amiga sua, grávida, tinha recebido maus tratos de seus chefes em uma revista da Blu lnc Media. Ainda que tenha se desculpado poucas horas depois, também através do Twitter, a companhia colocou seus advogados para trabalhar e reclamou uma indenização por difamação, além de uma desculpa na imprensa. E nesta semana, ambas as partes chegaram a um acordo: Fahmi se desculpará 100 vezes ao longo de três dias através de seu perfil no microblogging.


Syahredzan Johan, advogado do suposto difamador, não quis esclarecer quem propôs esta peculiar retificação. E Fadzil já começou nesta quinta-feira sua série de desculpas. Cada uma é precedida por um número que serve para fazer a conta do número da condenação. E todas incluem o mesmo texto:

"Difamei a Blu Inc Media e a revista Mulher. Meus tweets sobre suas políticas de recursos humanos não são verdadeiros. Me retrato do que disse e peço desculpas".

parece um castigo próprio de era digital e muito afastado de antigas reprimendas como a que, por exemplo, abre os Simpsons com Bart escrevendo seu castigo com giz no quadro negro.

Fadzil, por força do acordo, não pode dar mais detalhes sobre seu caso. Mas despertou simpatia entre outros blogueiros e tuiteiros de seu país, que se perguntam se existirão mais decisões deste tipo no futuro.

Ainda que Malásia não seja um exemplo por sua liberdade de expressão -está entre os '
Inimigos de Internet' da RSF e deteve cidadãos por seus comentários em redes sociais-, o acordo conseguido neste caso é interessante e exemplar. Especialmente porque deixa claro, uma vez mais, que um comentário por mais insignificante que pareça, feito na Internet pode chegar até os últimos confins do mundo. Ante isso, a recomendação mais óbvia do mundo: nunca abra a boca, ou melhor, nunca escreva algo do que possa se arrepender depois.

Via | The Guardian.


 

Comentários

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