Placebo extremo: manipulando as expectativas das pessoas

LuisaoCS

Placebo extremo: manipulando as expectativas das pessoas

O efeito placebo é certamente poderoso. É capaz de fazer-nos melhorar os sintomas de uma doença, e inclusive é capaz de curar-nos, quando em realidade não estamos tomando nenhum medicamento senão simples água com açúcar (por exemplo).

Ainda há muitas sombras sobre como funciona o efeito placebo e como é possível que nossa mente, se confiar em determinado remédio, é capaz de melhorar nosso estado de saúde. A única certeza é que funciona, e que funciona de uma maneira espetacular: por essa razão os ensaios clínicos sobre novos medicamentos são tão complicados, para certificar se realmente o medicamento foi responsável pela melhoria da doença ou apenas a própria confiança do paciente no novo remédio.


Esta também é a razão pela qual devemos desconfiar de um paciente ou um grupo de pacientes quando afirmam que determinado remédio funcionou para ele. A única forma de saber se um medicamento realmente funciona é juntar um grupo amplo de pessoas, dividi-lo em dois e fazer com que um grupo tome o remédio que queremos testar e o outro, simples água ou uma cápsula de trigo. Os pacientes não devem saber se estão tomando medicamento real ou de mentira, e nem muito menos devem saber. Por isso este teste é chamado de duplo cego.

Se o grupo que tomar remédio verdadeiro apresentar uma porcentagem de cura significativamente maior que o grupo que está tomando os comprimidos falsos, então o ensaio clínico é considerado um sucesso. Se não for assim, comercializar este medicamento seria um embuste, uma fraude. Algo que acontece, por exemplo, com a homeopatia, cujos medicamentos NUNCA superaram nenhum ensaio clínico rigoroso.

O placebo é um fenômeno tão poderoso que pode chegar a produzir casos estrambóticos. Até o ponto de que uma substância para produzir o vômito seja a substância capaz de deter a vontade de vomitar de uma pessoa. Esta prova extrema do efeito placebo foi realizada pelo doutor Stewart Wolf, que explicou para duas mulheres que padeciam de náuseas e vômitos (uma das quais estava grávida) que ia fornecer um tratamento que melhoraria seus sintomas. Então, como parte da experiência, introduziu um tubo até a garganta -para que não notassem o sabor amargo da substância- e administrou Ipecac, um medicamento supostamente indicado para induzir náuseas e vômitos.

Pois bem, não só melhoraram os sintomas das pacientes depois daquilo, senão que suas contrações gástricas -que o Ipecac devia ter piorado- se reduziram. Os resultados de Wolf sugerem -e só sugerem, porque sua amostra foi muito pequena- a possibilidade de que um fármaco tem efeito oposto ao esperado segundo sua farmacologia, simplesmente, manipulando as expectativas das pessoas. Neste caso, o efeito placebo foi mais potente inclusive que as reações farmacológicas.

Via | Placebo Effect.


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Comentários

E dão a isso o nome de homeopatia ou milagre.
Homeopatia = placebo.
Milagre = place.

Tenho que discordar sobre a homeopatia. Sou bem ortodoxa quanto a essas coisas, mas, bem... funcionou. Posso reclamar, falar o que for, mas.... funcionou. Sofria de hiperatividade e déficit de atenção quando criança. Era inteligente, mas minhas notas eram em torno de 6. Meus pais me tiraram do tratamento convencional por causa dos efeitos colaterais e meu pai optou pela homeopatia, contra a vontade da minha mãe. Passei de aluna nota 6 pra nota 9,5, atenção total. E não se pode dizer que é placebo, simplesmente pq eu não sabia para que aquilo servia. Era uma bolinha docinha que papai me dava, eu tomava sem questionar. Muitos anos mais tarde eu fui saber o que era. Se quer um caso que homeopatia superou remédios clínicos, eis um. Ainda sou meio cética quanto a isto, admito, mas tenho a obrigação moral de ser mais mente aberta.

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