A soneca poderia estar escrita em nossos genes

LuisaoCS

A soneca poderia estar escrita em nossos genes

Esse costume muito popular entre os latinos de fala espanhola, a siesta, poderia estar escrita em nossos genes. Desde que amanhece até o meio dia, a temperatura de nosso corpo aumenta. Das 12 até as 3 da tarde, no entanto, o organismo experimenta uma pequena queda de sua temperatura acompanhada de certa sonolência.

Especulou-se que estas respostas se devem à necessidade de resfriar o cérebro, que (como o resto do corpo) acumulou calor ao longo de toda a manhã. O cérebro por isso se torna pouco eficiente e desenvolveu mecanismos para recuperar sua funcionalidade para o resto do dia, tais como a própria indução ao sono e o cessar de atividade, pois isso contribui a um decréscimo da produção de calor pelo organismo e, consequentemente, para uma diminuição de sua temperatura. Precisamente hoje acredita-se que uma das funções do sono possa ser a de resfriar o cérebro, sobrecarregado pelo trabalho ao qual é submetido durante o dia.


Para Justin Blau, do Laboratório de Genética da Universidade de Rockefeller, em Nova Iorque, a única coisa clara é que há uma predisposição natural no ritmo circadiano humano para dormir no meio da tarde, "mas isso não quer dizer que tenha que dormir". Segundo este especialista, a soneca tem um sentido biológico, especialmente em climas quentes, nos quais os animais gastam muita energia para se refrescar enquanto estão ativos durante a maior parte do dia.

Um estudo realizado sobre os efeitos da siesta nos países industrializados revelou que em 92,5% dos trabalhadores, uma cochilada após o almoço aumenta a produtividade, a criatividade e a capacidade para resolver problemas. Isto é, não só trabalham mais senão melhor.

Mas tem um porém, principalmente para os dorminhocos, tenham cuidado: para que este sono seja verdadeiramente reparador, a soneca deve se limitar a 10 ou 15 minutos. Isto é, o tempo médio que dura o sono superficial antes de entrar no sonho mais profundo ou sono REM. É precisamente neste primeiro estágio (o superficial) o que parece mais eficiente e capaz de cobrir as necessidades de perda de calor pelo organismo. O outro tipo de sono mais profundo, aquele que se conhece como sono paradoxal ou sono REM, produz um profundo relaxamento de todos os músculos do corpo e uma desconexão do mundo que nos rodeia, o que implica ao acordar uma longa recuperação da realidade circundante e do tônus muscular.

Via | Science Daily.


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