Além das asas

Luna

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Quase todos, em algum dado momento da vida, já sentimos desejo de voar, ir com as aves para bem longe. Você não? Eu cheguei a voar em sonhos. Mas, se de repente surgissem asas enormes nas nossas costas, como se vê em filmes, será que poderíamos voar como uma ave no mesmo instante? Não se sabe bem ao certo como e quando as aves originaram-se e começaram a voar, mas elas estão adaptadas ao vôo de um modo extremo, e podem fazer isso em ambientes tão diferentes quanto desertos e pólos gelados, e com uma fisiologia que lhes permitem voar durante semanas em altitudes elevadas, onde há pouco oxigênio, tudo em um especializado formato aerodinâmico.

Antes da partida, os músculos que ajudam a voar ganham volume, mas depois atrofiam à medida que a viagem está correndo. Outra peculiaridade é a eficiência digestiva: se não têm alimento, as células do sistema digestivo morrem e o trato digestório encolhe à metade do volume inicial. Quando acaba o jejum, o estômago, os intestinos e o fígado fazem novas células e voltam ao volume normal.


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É um belo espetáculo para quem vê aves de rapina planando sobre a cordilheira do Himalaia, a 9 mil metros de altitude, para elas, provavelmente seja um pouco desconfortável, lá encima faz muito frio e a concentração de oxigênio é baixa. Elas superam as dificuldades por meio da eficiência respiratória. Os mecanismos fisiológicos que permitem o vôo em altitudes elevadas que vão além dos sacos aéreos, bolsas conectadas aos pulmões e aos ossos que deixam o esqueleto mais leve.

Quando o brasileiro Santos Dumont fez o primeiro vôo ao redor da Torre Eiffel, o sonho de voar que acompanha o homem desde muito, concretizava-se, de certa forma. Mas voar como as aves, livremente, utilizando de nossa própria fisiologia, creio que não, praticamente nos falta tudo que nos torne aptos a isso. Teríamos que sofrer bruscas mudanças em nossa estrutura. E não basta ter asas, e não bastaria para nós. As aves voam, não só porque ganharam asas e penas próprias para isso, mas também porque adquiriram adaptações inerentes ao vôo. Já repararam como algumas se deslocam rápido no ar e desviam de obstáculos com tamanha destreza?

Humanos alados? É, vamos continuar voando com nossas grandes invenções e engenhocas.

Asas de ilusão... E um sonho audaz.

Via | Fapesp.


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Comentários

Bela matéria. Só agora que vi.

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