Bipedalismo e animais que usam sapatos

Luna

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Diz a lenda que a atriz Cláudia Raia é apaixonada por sapatos, dona de mais de 200 pares. Algumas mulheres parecem mesmo ser "sapato maníacas", e as que não podem possuir uma coleção absurda deles, ao menos sonham com isso. Mas saiba que para chegar às centenas de pares nos armários femininos, como acessório de moda que é hoje, o calçado percorreu um longo caminho, desde quando apareceu lá no final do Paleolítico, com a finalidade de proteger os pés. E mais, o usar sapatos é uma adaptação humana à postura e locomoção eretas, graças ao bipedalismo e à parte mais tipicamente humana da nossa anatomia - o pé, é que uma mulher pode, por exemplo, caminhar com um sapato de salto alto fino e até ousar a sambar com ele.

O andar é uma atividade normalmente corriqueira, fazemos isso o tempo todo, mas não é nada tão simples quanto possa parecer, implica movimentos integrados e complexos, articulados em equilíbrio estático e dinâmico, e entre diversos outros aspectos, estão envolvidos controladores da postura, redes neuronais espinhais, e a participação de várias regiões cerebrais. Na verdade, o nosso andar requer sincronia, é um negócio altamente arriscado, e por uma questão de frações de segundos, não caímos de cara no chão.

Nossos pés perfeitos e funcionais constituem o sinal distinto que nos separa de outros animais. Segundo os cientistas, à medida que o homem foi deixando as árvores e passando ao bipedalismo, surgiram varias modificações colaborativas à postura e ao andar, músculos e ossos especializados no equilíbrio, sustentação e coordenação do corpo. Foi necessária toda uma reorganização estrutural, e o pé foi tornando-se mais forte para desenvolver suas tarefas e suportar o peso do corpo humano.

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Sabemos que outros primatas podem adquirir mais ou menos a posição vertical, ficando de pé sobre duas patas sem maiores dificuldades, mas existe uma grande diferença em ficar parado em pé e em se locomover habitualmente sobre os dois membros, não é mesmo? Já nós, temos pés que se localizam lado à lado quando estamos parados em pé, e quando caminhamos os pés continuam próximos à linha média do corpo, e nosso centro de gravidade se desloca apenas poucos centímetros.

E o que acontece se um macaco tentar caminhar como um bípede? Bem, não é impossível, mas ele deverá oscilar lateralmente, fazendo um movimento pendular com o corpo, e um esforço maior para caminhar ereto, talvez ele não goste muito disso, uma vez que gastará muito mais energia.


Locomovemos à passos largos, corremos, subimos escadas, aclives, saltamos, dançamos... Ufa! Enfim, somos bípedes, singulares animais que usam sapatos.


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