Uma das coisas boas do plástico é que pode ser moldado para que assuma quase qualquer forma. No entanto, esta característica normalmente está associada com um grau de fragilidade: queimam-se com o sol, são macios, quebram. Agora, imagine um metal que pode ser tão moldado como um plástico, mas que se mantenha tão duro e resistente como o aço. Depois, pense nos loucos aparelhos que poderiam ser construídos com este material.

Pois resulta que o avanço já existe, criado por pesquisadores da Universidade de Yale nos Estados Unidos. Os cientistas estão trabalhando no que se chama "vidros metálicos em massa" (bulk metallic glasses ou BMG) e aperfeiçoaram a tecnologia até o ponto em que poderia ser usada como se usam os plásticos.

A nível atômico, os metais são essencialmente cristalinos. Em estado sólido, seus átomos estão ordenados de forma bastante regular, em filas e camadas similares à forma em que o carbono se ordena em um diamante. Os vidros têm uma estrutura de moléculas enredada de fibras congeladas em um lugar, similar ao plástico, mas com moléculas diferentes. Estas diferentes características dos materiais são responsáveis por como se comportam os mesmos em situações cotidianas: o metal e os plásticos são flexíveis, dúcteis e trabalháveis, enquanto os vidros são firmes mas rompem-se facilmente. Os vidros metálicos em massa são ligas de metais onde a estrutura é arranjada a esmo, conferindo lhe algumas características de vidro e algumas de metal.

O que fizeram os pesquisadores de Yale deu origem a um novo tipo de vidro metálico em massa, que pode ser moldado (soprando, como os vidros) em formas que podem ser conseguidas facilmente com o vidro e o plástico, mas que resultam impossíveis para um metal padrão. O material mantém a força, resistência e durabilidade do metal. O avanço também permite fabricar objetos mais leves dos que se pode fazer com os metais normais.

- "Esta liga é vista como um metal comum, mas pode ser soprado e moldado de uma maneira tão barata e fácil como o plástico", explicou Jan Schroers, responsável pela pesquisa que foi publicada na última semana na revista Materials Today.

A liga combina zircônio, níquel, titânio e cobre, submetidas a baixas temperaturas e baixas pressões, que permitem que a liga se "amoleça" e flua à medida que vai sendo moldada, sem cristalizar-se, como ocorreria com um metal comum.

Os cientistas conseguiram criar garrafas de apenas uma peça de metal e formas utilizáveis em implantes biomédicos. O processo de fabricação, além de permitir criar uma série de objetos desde miniaturas a gadgets, resulta mais barato que trabalhar com metais normais, motivo pelo qual abre-se uma porta gigantesca a uma série de novos produtos que poderíamos ver em um futuro bem próximo.

Via | Science Daily.

E com isso o leque de possibilidades industrial multiplicasse X³³³³.
Excelente!

Por: Tyr 07 Mar, 2011 - 16:05:07