Um pequeno grupo de equatorianos é imune ao câncer

LuisaoCS

Um pequeno grupo de equatorianos são imunes ao câncer

De pequena estatura, descendentes de linhagens mistas com antigos conquistadores portugueses e espanhóis, durante gerações afastados da chamada civilização, convertidos ao cristianismo e perseguidos pela Inquisição, alguma compensação deviam ter os habitantes de certas zonas equatorianas. Resulta que são imunes ao câncer.

Um grupo concreto de habitantes de certas zonas rurais do interior do Equador poderiam guardar em seus genes o segredo da imunidade ao câncer. Todos apresentam um tipo de nanismo, em decorrência da síndrome Laron, uma mutação que impede que o corpo use o hormônio do crescimento como corresponde e ao que parece tem um papel determinante no desenvolvimento do câncer, além de impedir também o desenvolvimento da diabetes. E ainda tem mais:


O estudo, publicado na revista Science Translational Medicine, fez um acompanhamento durante 22 anos de um grupo de 99 pessoas que sofrem desta síndrome para averiguar mais sobre a doença. Estranhamente, em todo este tempo nenhum deles teve um só tumor ou diabetes.

As 99 pessoas com nanismo foram comparadas com 1.600 parentes de tamanho normal. 5% dos parentes altos têm diabetes, enquanto 17% morreu de câncer, ainda vivendo no mesmo lugar que os baixinhos. É exatamente isto que eleva a crer que o hormônio do crescimento tem um papel importante no desenvolvimento destas doenças, por que o resto dos riscos ambientais e genéticos eram iguais nos dois grupos comparados.

Ainda que seja difícil de provar, os resultados são similares a pesquisa realizada com outros organismos como fermentos, lombrigas e ratos onde este hormônio foi suprimido. Neste último caso, demonstrou-se que ratos com defeitos neste hormônio vivem vidas excepcionalmente longas.

Pese a não desenvolver estas doenças, as expectativas de vida dos equatorianos com síndrome de Laron não é superior a do restante das pessoas, mas isso poderia ser devido a outros fatores, como o abuso de álcool, drogas e acidentes, que poderiam ter algum fator psicológico associado.

A descoberta poderia dar pistas para novas formas de tratamento do câncer e da diabetes, talvez bloqueando o hormônio do crescimento. Não se conhece quais são os possíveis riscos de bloquear este hormônio em uma pessoa que saudável, motivo pelo qual os pesquisadores solicitaram fazer experimentos em pacientes que estejam recebendo quimioterapia.

Talvez o preço que tenhamos que pagar para viver mais e melhor e sem câncer seja que todos fiquem piquititicos.

Via | NY Times.



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