Propofol: nova substância de abuso

LuisaoCS

Propofol: nova substância de abuso

Antes de que Michael Jackson morresse, no verão de 2009, ainda não havia ocorrido aos dependentes químicos injetar-se com propofol. Nem sequer sabiam que é uma droga ao alcance de todos os bolsos. Desgraçadamente, com a morte do rei do pop, o propofol deixou de ser uma droga de uso sanitário para passar a engrossar a já grande lista de drogas de abuso comuns. Mas... que é o propofol e para que é usado? Veja a resposta depois do remediado salto.




É um agente anestésico, de cor branca leitosa usado para conseguir uma rápida indução ao sono em casos de anestesia geral ou uma sedação moderada em caso de procedimentos desagradáveis, como são as endoscopias ou a redução de fraturas. Como não está foi etiquetado pela Drug Enforcement Agency como substância de controle obrigatório, o propofol corre como água nos hospitais, coisa que facilita tanto para que se convertesse em um elemento de abuso.

O primeiro caso de abuso de propofol foi publicado pela revista Anesthesiology em 1992. O consumidor era um anestesista, que se auto-injetava propofol em uma média de 10-15 vezes ao dia. A Anestesiologia é uma especialidade de alto risco para os toxicômano, não só pelo estresse que implica, senão porque o anestesista tem a seu alcance uma enorme quantidade de drogas que atingiriam preços consideráveis no mercado negro.

Entre 1992 e 2002, foram registrados vários casos a mais de abuso de propofol, implicando sempre o pessoal da área de saúde. O primeiro caso fora do meio aconteceu em 2002: um consumidor se tornou dependente químico depois de tratar-se com este remédio (que, entre outras coisas, diminui a pressão no interior do crânio) de enxaquecas resistentes que não respondiam ao tratamento habitual. Quando não conseguiu novas receitas através de seu médico, ele conseguiu o remédio graças a um veterinário. A "brincadeira" acabou quando
sua mulher encontrou-o inconsciente e azulado como um smurf, no banheiro de sua casa, depois de uma overdose acidental.

O caso é que se torna muito simples exagerar na dose se a pessoas não sabe o que a droga pode causar. O propofol tem outros efeitos prejudiciais: entre eles, a chamada "síndrome de infusão de propofol", que ocorre quando é usado durante muitos dias ou em consumidores crônicos. O propofol produz a morte das células musculares de todo o corpo, inclusive o coração, de modo que podem aparecer arritmias mortais.

Com todo este panorama a gente fica pensando o que leva alguém a consumir esta droga? Pois resulta que doses pequenas deste fármaco produzem desinibição sexual e sonhos com alto conteúdo erótico. E como a gente sabe sempre existe um tonto que faz tudo, inclusive arriscar a própria vida, para ter alguns segundos de prazer induzido.


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