Morte no espaço
A NASA, a ESA e os russos, e inclusive os chineses têm Marte no horizonte. Uma missão perigosa dada a complexidade dos desafios tecnológicos e a duração da viagem. Que aconteceria por exemplo, se na metade do caminho, um dos astronautas falecesse? Obviamente o cancelamento da missão não é uma opção. Há alguns anos, li um interessante artigo de Paul Root Wolpe na Popular Science que tratava este mesmo tema.
Em princípio não seria possível enterrar -ou seria enmartizar?- o cadáver em solo marciano, já que isso poderia contaminar o solo da planeta vermelho com bactérias terrestres. Se assim o fizéssemos e anos mais tarde nossos astrobiólogos encontrassem vida microbiana em Marte, a suspeita de uma origem terrestre não seria muito fácil de dissipar, salvo que a química do micróbio marciano fosse o bastante "alienígena" para anular as dúvidas.
Mas voltando ao assunto do que fazer com um cadáver no espaço? Os ecologistas suecos Susanne Wiigh-Mäsak e Peter Mäsak criaram uma inovadora solução ao assunto do tratamento do corpo, inventando uma alternativa à cremação e ao enterro chamada "Promissão" que parece ser bastante amigável com o meio ambiente. Basicamente a técnica consiste em colocar o cadáver do astronauta em um sarcófago flexível chamado Body Back e jogá-lo no vazio do espaço para que se congele. Mais tarde, um braço robô o faria vibrar durante 15 minutos fazendo que o corpo se rompesse em milhares de pedaços, tal e qual sucede ao coração do vídeo que anexo abaixo:
Posteriormente içariam o sarcófago, introduzindo-o em um micro-ondas tamanho caixão e esquentariam o conteúdo até que toda a água evaporasse -recordem que o corpo de um humano adulto é composto de 60% de água-. Depois deste processo, restaria no ataúde uma massa de uns 25 quilos de pó desidratado. Depois, a Body Back seria mantida no exterior, colada ao bico da nave, até que chegasse o momento da reentrada na atmosfera, momento em que voltaria a ser introduzida ao habitáculo para evitar que seu conteúdo fosse cozido.
Já não seria necessário dobrar a bolsa para que ocupasse pouco espaço e nem guardá-lo em lugar refrigerado para evitar um possível mau cheiro, até que uma vez na Terra os familiares do desventurado recebessem os seus restos. Ademais dizem que esta técnica fúnebre é amigável com o meio ambiente porque, ao que parece, o "astronauta em pó" funcionaria estupendamente como composto orgânico.
Não seria poético que o viajante espacial terminasse seus dias alimentando os gerânios que sua apenada esposa plantou no balcão para lhe recordar?
Engenhoso e limpo!
Via | Boing Boing.
Notícias relacionadas:
Comentários
tinha coca cola na geladeira do cara? =Pa
Por que simplesmente não o deixao orbitando algo ou jogam ao Sol
Se o Sugento morrer em plena misão, joga no espaço e nave pra frente.
Deixe um comentário sobre o artigo
Comentários devem ser aprovados antes de serem publicados. Obrigado!