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E se a estimulação cerebral nos tornasse mais idiotas?
A estimulação cerebral para melhorar o rendimento cognitivo se converteu em um dos temas de destaque da neurociência, até ao ponto de que algumas pessoas trocam informação e fabricam seus próprios dispositivos caseiros. A técnica em questão é denominada estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) e consiste em colocar uma série de eletrodos sobre o couro cabeludo e aplicar baixas correntes a nível superficial nas zonas escolhidas. Em determinados casos reclama-se que o sistema é capaz de melhorar o rendimento cognitivo das pessoas cabalmente, mas ainda há muito que estudar e demonstrar.
A equipe de Flavio Frohlich, da escola de medicina da Universidade de Carolina do Norte, desferiu um duro golpe à técnica há um par de anos com a publicação de um estudo que demonstrava que não só não tem grande efeito, senão que os voluntários submetidos à estimulação pioram com respeito ao grupo de controle. O trabalho, publicado na revista Behavioural Brain Research, sob o título "Transcranial direct current stimulation of frontal cortex decreases performance on the WAIS-IV intelligence test", consistiu em submeter 40 adultos saudáveis a uma série de testes que começavam e terminavam com um prova de inteligência convencional com perguntas sobre entendimento verbal, percepção, memória de trabalho e velocidade de resposta.