Arquivo do mês de junho 2016
A epigenética explicada em 5 minutos
A epigenética é o processo mediante o qual o DNA interage com moléculas externas que ativam e desativam os genes de um ser vivo e que são devidas principalmente ao ambiente em que se encontram mais que pela herança genética. Tal e como contam neste vídeo de TED isto explica coisas como dois gêmeos idênticos possam chegar a ser muito diferentes com a passagem do tempo ainda que compartilhem 100% do material genético; simplesmente o que fazem durante suas vidas tem influências nas doenças ou habilidades que podem acabar desenvolvendo.
Como é sabido as novas células se especializam logo como parte dos órgãos dos seres vivos, se desenvolvendo para formar por exemplo parte de um coração ou um rim. E ainda que haja uns 200 tipos diferentes de células todas têm o mesmo genoma básico; as mudanças epigenéticas que mostram se devem às substâncias químicas com as quais interagem ao longo de sua vida. Isso faz com que sejam ativados ou desativados certos genes, que dá lugar a diferentes situações segundo a alimentação, as doenças que contraídas ou inclusive as experiências sociais vividas.
Os marcadores epigenéticos basicamente são apagados quando nascem novas células, mas há quem acredite que alguns podem ser herdados dando lugar a uma descendência com leves modificações epigenéticas que se comportariam segundo as conhecidas leis da seleção natural e a sobrevivência dos mais aptos, pois algumas destas modificações são para o bem e outras nem tanto.
Cientistas descobrem que centenas de genes são ativados até 2 dias após a morte
Nossa definição científica do que é a morte poderia mudar proximamente e pelo menos estender o momento no qual uma pessoa é declarada oficialmente "morta". Os pesquisadores Peter Noble e Alex Pozhitkov, da Universidade de Washington, encontraram evidências de que centenas de genes de ratos e peixes-zebra são ativados até 48 horas após o que se considera a morte do organismo. Existem vislumbres de que isto também ocorre em seres humanos, o que poderia ter envolvimentos para o transplante de órgãos e inclusive a ressuscitação.
Os cientistas determinaram isto medindo a quantidade de ARN mensageiro nestes animais em intervalos de 4 dias depois de sua morte. Observaram picos de atividade associada com mais de 500 genes, o que significa que existe suficiente energia e função celular para que se ativem certos genes depois da morte. Curiosamente alguns dos genes ativados (os que geralmente se apagam ao nascer) têm a ver com o desenvolvimento do feto, e também genes previamente associados com o câncer.
Tomar antidepressivos na gravidez afeta o cérebro do bebê
Um neurologista e pediatra do Hospital Infantil da Universidade de Helsinque, na Finlândia, Heli Malm, acaba de publicar um estudo em que sugere que a ingestão de antidepressivos durante a gravidez poderia afetar o cérebro do bebê. Motivo pelo qual as gestantes deveriam, em primeiro lugar, receber um tratamento não farmacológico para combater a ansiedade e a depressão.
É a primeira vez que estudam os chamados inibidores seletivos da recaptação de serotonina, que 5% das grávidas tomam, na atividade cerebral dos recém nascidos além de outras consequências do desenvolvimento pós-parto.
No estudo analisaram 22 mães que tomavam antidepressivos e 62 que não se medicavam. Nas crianças, cujas mães tinham tomado fármacos durante a gravidez, a comunicação entre os dois hemisférios cerebrais era mais desorganizada e a sincronia entre os ritmos corticais era mais débil.
Os achados serão detalhados no próximo número da revista da Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescente (JAACAP).
Via | Pub Med.
O analgésico mais popular do mundo acaba com a empatia das pessoas
O costume mundial de lidar com a dor simplesmente tomando um analgésico poderia ser sumamente grave, ao menos se nos importarmos com a capacidade de sentir empatia.
Um novo estudo determinou que o paracetamol (ou acetaminofeno), um ingrediente utilizado em mais de 600 medicamentos, incluindo o Tylenol, diminui a empatia nos usuários. Este analgésico impede que as pessoas se relacionem com a dor social e física dos demais.
Segundo um dos autores do estudo publicado no Social Cognitive and Affective Neuroscience, do Oxford Journal, Baldin Way, não se sabe por que esta substância têm estes efeitos, mas é preocupante já que a empatia é importante. Se você está tendo uma DR com seu casal, por exemplo, e acaba de tomar paracetamol, esta pesquisa sugere que poderia ser menos compreensivo do que normalmente seria para entender os sentimentos e argumentos do outro. Isto é, o paracetamol faz com que nos desliguemos do mundo em seu aspecto mais cru, que é sempre uma possibilidade de nos doer, mas também de se conectar com os demais.
Reagir a uma cobra antes de vê-la: a reação automática do medo
Em um conhecido experimento realizado por pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, expuseram uma série de voluntários imagens de cobras e aranhas. No entanto, estas imagens apareciam na tela só durante um tempo inferior a um trecentésimo de segundo.
Acontece que para registrar conscientemente uma imagem precisamos de aproximadamente meio segundo. No entanto, aqueles voluntários experimentaram transpiração nas palmas das mãos. Reagiam com medo apesar de que não eram conscientes de ter visto o que lhes causava medo e inquietude.
Este experimento, pois, ressalta como nossa atenção distingue algo e rapidamente coloca em alerta aquelas partes do cérebro que canalizam respostas antes que a mente consciente sequer tenha terminado de advertir.
Desmentem de uma vez por todas o mito de que peixes não tem memória
Um estudo da Universidade de Oxford (Reino Unido) e da Universidade de Queensland (Austrália) determinou que os peixes-arqueiros (Toxotes jaculatrix) são capazes de reconhecer rostos humanos. Este fato, que para nós pode parecer tão simples, supõe um grande avanço na pesquisa das capacidades cerebrais de certas espécies animais, sobretudo dos peixes tão vilipendiados pelo mito de que têm memória de apenas alguns segundos.
Os peixes-arqueiros, que lançam jatos de água para caçar, puderam distinguir com grande precisão a mesma cara humana várias vezes. Sério!
Cait Newport, autor do estudo, assegura que o reconhecimento facial realizada pelos peixes é realmente difícil para espécies deste tipo, já que requer de uma alta capacidade visual e da habilidade de distinguir entre as semelhanças que há em nossos rostos e ainda de reter a informação.
Tremer de frio poderia emagrecer até cinco vezes mais do que fazer exercícios
Tremer de frio de 10 a 15 minutos por dia poderia ser equivalente a fazer uma hora de exercício, sugere um estudo.
Cientistas da Universidade de Sydney colocaram voluntários em temperaturas abaixo de 15 ºC para o experimento e descobriram que o processo desencadeia mudanças hormonais que produzem a tal gordura marrom, que desencadeia um processo de queima energia para se manter aquecido.
No entanto, o responsável pelo estudo, Paul Lee, alertou sobre os perigos à exposição prolongada ao frio intenso:
- "É importante que, se quisermos nos expor ao frio, que seja uma exposição ao frio suportável e moderado."
Via | BBC News.