Arquivo do mês de setembro 2014
A água da Terra é mais velha do que o Sol
A cada tanto topamos com alguma informação que nos assombra e redimensiona nossa pertença à imensidão do cosmos. O Sol, que tem 4,6 bilhões de anos, é o objeto mais velho de nosso sistema solar, que nasceu de uma nuvem de pó no espaço que foi acumulando em um disco e a partir do efeito gravitacional deste disco -que se converteu no Sol- se formaram os planetas. Mas ao que parece a metade da água de nosso planeta tem uma origem mais antiga.
Um novo modelo científico sugere que a água foi herdada de um fornecimento de gelo interestelar ao mesmo tempo em que o Sol estava se formando. Isto significa que a umidade de nosso sistema solar não foi o resultado de condições no disco protoplanetário (na nebulosa solar), senão uma característica padrão da formação planetária.
Conseguem que ratos com paralisia caminhem 25 minutos sem falhas
O vídeo é espantoso. Um rato paraplégico caminha com fluidez por uma esteira e inclusive sobe escadas. Erguida sobre suas patas traseiras graças a um arnês é capaz de deslocar-se durante 25 minutos, sem falhas, pese a ter a medula espinhal seccionada em duas partes.
No entanto, os movimentos do roedor não são voluntários. São guiados por dois fios, eletrodos flexíveis que transmitem impulsos elétricos sobre sua medula espinhal. No outro lado destes fios estão os cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne, Suíça.
A técnica, conhecida como estimulação elétrica epidural, consiste em colocar eletrodos na medula, embaixo da lesão, para gerar os sinais elétricos que deveriam chegar do cérebro se o roedor não tivesse a medula seccionada.
O iogurte poderia ser o antidepressivo do futuro
Tradicionalmente, as emoções estão relacionadas ao coração. Mas no plano corporal, sentimos com as tripas: o aumento da adrenalina, as borboletas no estômago do amor e inclusive –paradoxalmente– os presságios, são metáforas de algo que ocorre em nosso sistema digestivo. E segundo os microbiólogos, há uma boa razão para isso.
Um veio veta interessante de pesquisa é o que busca a conexão entre as bactérias, micróbios, germes e a química cerebral. Uma rota pode ser o nervo vago, que vai do cérebro ao estômago e é constantemente estimulado por bactérias; a sua vez, o nervo vago estimula a produção de neurotransmissores, que em grande parte determinam como pensamos e nos sentimos.
É que nossos intestinos são o lar de dezenas de milhares de bactérias. De fato, as bactérias constituem 90% das células de nosso corpo, e estima-se que existem mais neurônios no trato digestivo do que no próprio cérebro. De fato, o psiquiatra James Greenblatt inclusive afirmou que o intestino em realidade é nosso segundo cérebro, pesquisando seus envolvimentos para as doenças mentais. Mas, em outro âmbito, poderíamos dizer que nossa alimentação afeta como pensamos a nível neuronal?
Encontram outra pista sobre a existência de matéria escura
Em 1933 Fritz Zwicky propôs a existência de um tipo de matéria não visível para explicar a velocidade orbital das galáxias em aglomerados. A matéria escura não é mais que matéria que sabemos que está aí porque tem efeitos gravitacionais sobre a matéria visível mas que não emite suficiente radiação eletromagnética para ser detectada atualmente. É o equivalente cosmológico do homem vestido todo de preto em frente a um fundo também preto no show de marionetes que sabemos que está ali, mas não podemos identificar.
O mistério aumenta quando levamos em conta que a matéria escura constitui 21% da massa do Universo observável. A comunidade científica está na constante caça de uma pista da existência desta matéria, e parece que o detector Alpha Magnetic Spectrometer (AMS) na estação internacional encontrou evidência que poderia ajudar a comprovar a existência da matéria escura.
O AMS detectou 41 bilhões de partículas e, segundo o artigo publicado em Physical Review Letters e uma conferência do CERN, foram detectados pósitrons, a antipartícula do elétron, isto é, que tem a mesma massa e carga; no entanto, é positiva. Estes pósitrons apontam a que há uma fonte destas antipartículas que não foram descobertas ainda e que bem poderia ser uma colisão de matéria escura. Isto é, então uma nova pista que somado aos novos observatórios poderia levar ao lugar perfeito para caçar à elusiva matéria escura.
Via | NBC News.
A dor promove a cooperação e reforça a empatia
Segundo uma nova pesquisa publicada na revista Psychological Science, a dor tem a capacidade de coerir um grupo social, de construir laços de cooperação entre estranhos e de desenvolver formas coletivas a partir de individualidades sofrentes. Segundo Brock Bastian, líder da pesquisa:
- "A dor compartilhada poderia ser um disparador importante para a formação de grupos". Esta hipótese foi colocada a prova com 54 estudantes universitários que passaram 90 segundos com uma de suas mãos submersas em água, manipulando bolinhas de metal no fundo. Mas tinha uma armadilha.
Enquanto a metade dos estudantes submergiam a mão na água a temperatura ambiente, a outra metade fazia o mesmo em água a ponto de congelamento. Estes últimos eram submetidos a uma prova extra onde a mão semi-congelada sofria certa quantidade de dor durante um minuto, enquanto o outro grupo realizava uma tarefa bem mais simples.
Os chimpanzés são violentos por natureza, não por influência humana
Um estudo realizado por uma coalizão internacional de pesquisadores de símios, cujas conclusões foram publicadas na última semana na revista Nature, sugere que a invasão e a interferência humana não é, como afirmaram anteriormente muitos cientistas, um preditor da influência das agressões entre chimpanzés.
De todas as espécies do mundo, os humanos e os chimpanzés são as únicas que participam em ataques coordenados contra seus iguais. Jane Goodall foi uma das primeiras em introduzir a ideia de letais matanças intercomunitárias e desde então primatologistas e antropólogos vem debatendo a respeito do conceito de guerra nesta espécie.
O que podemos aprender de como os cães pastores controlam as ovelhas
O comportamento dos cães pastores sempre deixou os matemáticos tão espantados que trataram de reduzir seus movimentos a alguns quantos algoritmos úteis. Em cada campina e pradaria do mundo, um rebanho de ovelhas desordenadas e rebeldes é guiado por um latido cego que sabe se fazer obedecer, mas como isso é feito exatamente?
Um cão de pastoreio parece ir por trás do rebanho latindo a torto e a direito, por um lado e pelo outro. Quando esse modelo se translada a instruções de computador, funciona bem se o rebanho for mantido com menos de 40 indivíduos; para além disto, as ovelhas virtuais formam subgrupos e deixam de obedecer o cão pastor. Mas na vida real, os cães pastores podem mover mais de 80 animais.
Um grupo de pesquisadores britânicos e suecos liderados por Andrew J. King decidiu, em vez de transportar preconceitos teóricos a modelos matemáticos, observar o movimento real dos cães pastores, em um novo estudo.