Arquivo do mês de janeiro 2014
Debate científico... mas onde está vendo um debate?
Quando falamos de jornalismo ou de grupos de debate em rádio e televisão, uma das frases que mais me incomodam, e que infelizmente mais costumam usar, justamente os que menos deveriam, é que "existe um intenso debate científico" sobre tal e coisa e coisa e tal...
É curioso, mas a maioria das vezes, esta estúpida frase costuma aparecer em temas sobre as quais, paradoxalmente, existe um maior consenso científico como a evolução, a chegada do homem à Lua ou a origem antrópica da mudança climática.
Com respeito a este último assunto existem uma infinidade de vozes negacionistas que sempre acrescentam alguma pulga atrás da orelha dos mais incautos do tipo "a questão não está tão clara" ou "ainda estão debatendo" ou "os cientistas não entraram em um acordo". Tolices baseadas na mais absoluta ignorância (ou desprezo) da literatura científica recente.
Por isso me encantou encontrar um gráfico realizado por James Lawrence Powell que convido a todos a esfregar pela cara do próximo que vomite alguma das frases anteriores. Atento aos dados que calarão mais de uma boca desbocada:
Dos últimos e mais recentes estudos sobre mudança climática, ao todo 2.258 artigos publicados em respeitadas revistas científicas com revisão por pares, desde novembro de 2012 até dezembro de 2013, e com um total de 9.136 autores diferentes só um nega a origem antropogênico da mudança climática, ou seja 2.258 artigos escritos por 9.136 autores, só um é negacionista.
Ademais para que possa esfregar com propriedade estes dados na cara do negacionista da vez, o autor do gráfico oferece seu espetacular trabalho de compilação por completo, os 2258 artigos, nesta folha de dados.
De modo que, já sabe o que dizer na próxima vez que alguém falar sobre debate científico sobre as causas da mudança climática. Mas de que debate estão falando?
Um supercomputador precisa 40 minutos para simular 1 segundo de nossa atividade cerebral
Cientistas do Instituto Avançado para a Ciência Computacional RIKEN de Kobe, do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa e do Centro de Pesquisa Forschungszentrum Jülich utilizaram o supercomputador K Computer, que dispõe de 705.024 processadores e 1,4 milhões de GB de RAM, para realizar a simulação mais minuciosa já realizada sobre a atividade registrada no cérebro humano.
Apesar da formidável capacidade deste supercomputador, considerado como o quarto mais potente do mundo depois do Tianhe-2 chinês e dos estadunidenses Titan e Sequoia, foram necessários 40 minutos de cálculos ininterruptos para reproduzir o funcionamento que o mais complexo de nossos órgãos efetua durante 1 só segundo.
O novo vôo supersônico da SpaceShipTwo
A nave SpaceShipTwo da Virgin Galactic completou seu terceiro vôo propulsado -o primeiro de 2014; seu primeiro vôo aconteceu em abril de 2013- durante a manhã de sábado, 10 de janeiro passado. Nesta oportunidade, atingiu pela primeira vez uma altitude de 21,6 quilômetros com uma velocidade Mach 1,4.
Se tudo avançar sem maiores incidências e a contento como até agora, todas as pessoas que pagaram entre 200 e 250 mil dólares por uma passagem se converterão em turistas espaciais antes do fim desse ano. A SpaceShipTwo levará passageiros ao espaço, com uma capacidade de oito pessoas: seis passageiros e dois pilotos.
WTF... mas que sapo é este?
Se dissermos que esta criatura vai voar a qualquer momento com suas asas de morcego quase poderíamos crer. Mas o protagonista da imagem não é um ser da ficção científica, senão um anfíbio bastante terrenal e bem conhecido de todos nós, um sapo-cururu ou boi (Rhinella marina) fotografado instantes após capturar um morcego.
Este sapo, na floresta, pode atingir um tamanho descomunal: o maior espécime observado pesava 2,65 kg e media 38 cm desde a parte traseira até o focinho (medo!). É um predador insaciável e oportunista e em algumas regiões, como na Austrália, onde é uma espécie invasora, se converteu em um grande problema.
A cena da fotografia foi captada por Yufani Olaya, um dos guardas do parque Nacional de Cerros de Amotape, no Peru. Ainda que existam registros de outras capturas de morcegos por parte de sapos (o último no Brasil em 2003), neste caso tratou-se de um encontro acidental.
Segundo Olaya, o sapo estava no chão com a boca aberta e um morcego que voava muito baixo foi de encontro com suas fuças e bau-bau... O reflexo levou o sapo a fechar a boca e tentar ingerir um jantar improvisado, mas finalmente terminou cuspindo-o e o morcego conseguiu viver para contar a aventura. Os biólogos recordam que este sapo come quase qualquer coisa que caia em sua boca, de modo que se toparem com um, não tentem
aproximar um dedo.
Peixe africano captura pássaros durante o voo
Antes de começar a ler, deve olhar o vídeo detidamente. As imagens foram feitas em um lago na África do Sul, no parque nacional de Mapungubwe e o que sai da água é um peixe tigre (Hydrocynus vittatus), capaz de saltar e pegar um pássaro voando.
Trata-se da primeira vez que registram um fenômeno como este em peixes de água doce. A equipe de Nico Smit acaba de publicar o achado no Journal of Fish Biology e a revista Nature fez eco.
- "A seqüência completa do peixe saltando e capturando a andorinha no vôo acontece tão incrivelmente rápido que após ver a primeira vez, demoramos um momento para compreender o que acabávamos de ver", assegura Smit.
Veja a levitação magnética como nunca antes havia feito
Estamos familiarizados com o fenômeno da levitação magnética -também conhecida por seu acrônimo inglês Maglev- graças a avanços tecnológicos como os trens bala japoneses, capazes de desenvolver 581 km/h. No entanto, a levitação magnética adquire maior espetaculosidade se temos a oportunidade de observá-la em câmera superlenta. Foi o que fizeram neste vídeo alguns estudantes da Universidade de Bath, onde podemos observar claramente e com detalhes como atuam os supercondutores em muito baixa temperatura sobre um pequeno objeto que flutua no ar.
Um processo que converte algas em petróleo cru em uma hora
O petróleo cru é o resultado da transformação natural de matéria orgânica em decomposição que fica preso sob a terra. É um processo que leva milhões de anos e do cru saem a maior parte dos combustíveis.
Há algum tempo que as algas são consideradas uma possível fonte para desenvolver biocombustíveis, ainda que por enquanto não sai muito em conta devido ao custo energético que requer completar o processo para converter algas em combustível. Um problema que, ao que parece, está no caminho de ser resolvido.