Arquivo do mês de setembro 2013
Anestesistas descobrem um possível terceiro estado de consciência
Com uma dose adequada de anestesia, alguns poucos pacientes acordam durante a cirurgia. No entanto um estudo recente indica a possibilidade de um estado mental no qual um paciente não está completamente consciente nem completamente inconsciente.
De acordo ao anestesista da Universidade St. John na Inglaterra Dr. Jaideep Pandit, este possível terceiro estado de consciência é um no qual os pacientes podem responder a ordens, mas não sentem a dor da cirurgia.
Pandit chamou este estado de "dysanaesthesia" (disanestesia) e apontou que a evidência que existe vem em parte de um estudo recente no qual 34 pacientes de cirurgia foram anestesiados e todo seu corpo foi paralisado exceto por seu antebraço, lhes permitindo mover seus dedos em resposta a ordens ou para indicar que estavam alertas ou sentindo dor pela cirurgia.
Menina que não sente dor está inspirando os analgésicos do futuro
A analgesia congênita é uma mutação genética que faz com que as pessoas não sintam nenhuma dor. O problema com isso é que as pessoas que padecem da doença podem machucar-se gravemente; podem queimar-se, por exemplo, ao não se dar conta de que estão tocando algo quente. No entanto esta condição em uma garota está ajudando pesquisadores a identificar a mutação do gene que interrompe a percepção da dor. A descoberta poderia resultar no desenvolvimento de remédios para a dor que bloqueiem os sinais da mesma maneira.
Ingo Kurth do Jena University Hospital na Alemanha identificou a mutação em um gene chamado SCN11A. Este gene controla o desenvolvimento de canais nos neurônios de sensação de dor. Íons de sódio viajam mediante estes canais e geram impulsos nervosos elétricos que são enviados ao cérebro, que registra a dor. A sobreatividade na versão mutante de SCN11A previne a formação da carga que os neurônios precisam para transmitir um impulso nervoso, adormecendo o corpo da dor.
- "O resultado é o bloqueio na transmissão de sinais da dor", aponta Kurth.
Para confirmar sua descoberta, os pesquisadores inseriram uma versão mutada de SCN11A em ratos e comprovaram sua habilidade para perceber dor. Descobriram que 11% dos ratos com o gene modificado desenvolveram feridas parecidas àquelas vistas em pessoas com analgesia congênita, bem como ruptura de ossos ou feridas cutâneas. Também examinaram ratos com o gene SCN11A normal e nenhum deles desenvolveu tais feridas.
Conseguir fazer uma droga que cancele os sinais de dor completamente resultaria no analgésico mais poderoso que conhecemos até agora. A descoberta é uma pedra angular para a ciência e farmácia, e seguramente veremos esta droga exercendo em hospitais em pouco tempo.
Via | New Scientist.
Este é certamente o cérebro mais estranho que já viu na vida
Crédito da foto: Adam Voorhes
A massa gelatinosa que vê na imagem acima, ainda que não acredite, é um cérebro. Seu dono morreu em 1970 no hospital estatal do Texas e seu encéfalo foi conservado em um frasco na universidade de Austin. Está devidamente etiquetado, com um número de referência, mas ninguém sabe nada de seu dono, já que o microfilme com sua informação clínica foi destruído.
A primeira coisa que chama a atenção deste cérebro é a ausência total de circunvoluções e sulcos. A etiqueta que o acompanha indica que o dono sofria de "agiria", a ausência de rugosidades características do córtex cerebral dos humanos. Este mal, também conhecido como lisencefalia (cérebro liso), é uma malformação congênita e as pessoas que sofrem não costumam viver mais do que alguns meses ou anos. O dono do cérebro da imagem, no entanto, chegou a idade adulta.
Mulheres com bunda grande vivem mais tempo
Segundo uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Oxford, ter as nádegas de um tamanho considerável previne o desenvolvimento de diabetes. Por sua vez, determinaram que as mulheres que possuem um traseiro grande e cintura fina, são mais inteligentes que o restante.
O corpo feminino acumula gordura em muitas partes, como os seios, o abdômen ou as pernas, mas muitas garotas guardam grandes reservas nos glúteos, algo que tem mais vantagens do que poderiam imaginar.
Os cientistas analisaram e compararam a gordura do abdômen feminino com as das pernas, cadeiras e nádegas, encontrando que a gordura proveniente da parte baixa do corpo das mulheres previne o desenvolvimento de diabetes, graças à quantidade e tipo de hormônios que contém. Estas gorduras produzem hormônios que ajudam a metabolizar açúcares e outros lipídeos de forma mais fácil, ao contrário da gordura abdominal que segrega hormônios com o efeito contrário.
Cientistas apresentam vacina que destruiu um vírus equivalente ao HIV em macacos
Nos meses recentes ficamos sabendo ao menos de um par de pesquisas que apresentaram resultados que geram esperança para a cura da AIDS. Em abril, por exemplo, cientistas dinamarqueses asseguraram que em pouco tempo teriam uma cura para a doença; poucas semanas antes pesquisadores do Instituto Pasteur mostraram os casos de 14 adultos que foram curados do HIV e mais ou menos pelos mesmos dias médicos curaram um garoto de 2 anos que nasceu com dito vírus.
Agora um grupo de pesquisa da Oregon Health and Science University, nos Estados Unidos, anunciou que uma vacina foi capaz de eliminar o equivalente ao vírus da imunodeficiência humana do corpo de 9 de 16 macacos com os quais experimentaram. Os resultados são importantes porque apesar de tratar-se de espécies diferentes, é possível que o sucesso do teste replique em seres humanos.
O feminismo como conhecemos poderia entorpecer o progresso da ciência?
Sou consciente de que, com este tema, vou me meter em um campo minado... de novo. Mas quero mais é que as suscetibilidades batam no meu músculo filoginiaco e quiquem.
Sei que o feminismo é uma corrente de pensamento necessária e coerente em frente à discriminação histórica sofrida pela mulher, é antes de tudo uma luta por direitos humanos. No entanto, é preciso avisar algumas pessoas que o feminismo não vai só até a primeira página do Google: a maioria não gosta de ouvir isso, mas a grande verdade é que o feminismo dura até a hora de pagar a conta, nesse momento as "princesinhas" costumam fazer cara de paisagem e ir em dupla ao banheiro.
A verdade é que o feminismo, como qualquer outra postura política, em alguns aspectos pode chegar a ser socialmente comprometido, mas é intelectualmente muito preguiçoso. Porque, como dizia Francis Bacon:
- "O homem prefere acreditar nas coisas que gostaria que fosse verdade. Assim, ele pode rejeitar as coisas difíceis pela simples impaciência de pesquisar."
Mas vamos a um caso prático -ainda que hipotético-. Imaginem a publicação de um estudo que verifica as diferenças de capacidade matemática ligadas ao sexo mediante testes de neuroimagem e provas de perguntas a milhares de alunos do primeiro ano do segundo grau. O resultado do estudo é claríssimo: os testes matemáticos foram amplamente superados pelos garotos em relação as garotas, e ademais constatam que mais áreas cerebrais são ativadas neles do que nelas quando resolvem este tipo de testes.
Chegando a este ponto, cabem três atitudes por parte do pensamento crítico feminista:
A origem das doenças mentais poderia estar nos... intestinos
O psiquiatra James Greenblatt, além de analisar a história clínica dos pacientes que vão vê-lo, enfatiza no estado de seu sistema digestivo. Segundo ele -e um número crescente de pesquisadores ao redor do mundo-, os intestinos têm um papel fundamental na saúde mental. No caso de "Mary", Greenblatt conseguiu que os sintomas de um severo Transtorno Obsessivo Compulsivo e um Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade cedessem em seis meses utilizando psicoterapia, medicação e probióticos, medicamentos que ajudam a equilibrar os micróbios de nossa flora intestinal.
- "Os intestinos em realidade são seu segundo cérebro", afirma Greenblatt, pois - "existem mais neurônios no trato digestivo do que em qualquer outro lugar do corpo, além do cérebro."