Arquivo do mês de julho 2013
O homem é, por natureza, pacífico
A crença em que a guerra é parte da natureza do homem é sustentada por sociobiólogos, antropólogos e outros pesquisadores do comportamento humano. Inclusive Edward Wilson, o inventor do campo de sociobiología, certa vez apontou que "a guerra está incrustada em nossa natureza". Isto se baseia não somente na propensão do homem moderno a ir à guerra com seus vizinhos, senão também no comportamento daqueles que ainda vivem uma vida de pré-agricultura (caçadores e coletores).
Mas um ensaio de Douglas Fry e Patrik Sodeberg na mais recente edição da revista Science questiona tudo isto. Os doutores Fry e Sodeberg revisaram tudo o que se sabe a respeito dos caçadores e coletores modernos e sugerem que, ainda que estas pessoas estão longe de ter uma natureza pacífica, também estão longe de ser bélicas. A maioria dos que morrem violentamente em suas sociedades é vitima de pessoas de sua própria tribo, não de "estrangeiros". O estudo sugere que os humanos poderiam ser chamados "assassinos", mas não guerreiros sangrentos como guarda o folclore antropológico.
Por que gostamos dos filmes de terror? Perversidade evolutiva ou análise de riscos?
Os filmes de terror são um dos gêneros com mais tradição e adeptos no cinema. Ao ano são produzidos centenas de filmes para assustar os espectadores, e a cada temporada tratam de oferecer novos sustos -ainda que muitas vezes são os mesmos, apresentados de outra maneira-. Por que as pessoas gostam de ser assustadas? Ao que parece o prazer do medo vai para além do mero prazer de ir ao cinema: poderia estar relacionado a um comportamento primário dos primatas.
Jeffrey Goldstein, professor de psicologia social e organizacional na Universidade de Utrecht, na Holanda, afirma que - "Escolhe seu entretenimento porque deseja que lhe afete. Isso é certamente verdade em ralação as pessoas que são tentadas por produtos de entretenimento como os filmes de horror, que têm grandes efeitos. E eles querem esses efeitos".
Cientistas do MIT implantam falsas lembranças em ratos
Cientistas do Centro RIKEN-MIT do Instituto Tecnológico de Massachusetts, entre os quais se encontra o Prêmio Nobel de Medicina Susumu Tonegawa, conseguiram implantar falsas lembranças em ratos seguindo um processo que asseguram que poderia ser replicado com relativa facilidade em pacientes humanos.
Em seu trabalho confirmam que quando um acontecimento fica gravado na memória deixa uma impressão física que pode ser identificada em um grupo de neurônios do cérebro, de maneira que com posterioridade é possível ativá-lo de novo mediante a estimulação dessas mesmas células.
Descoberta científica recente poderia propor um modelo para enganar a morte
Um grupo de pesquisadores conseguiu captar como a morte "se estende" pelo corpo de um verme como uma onda azul fluorescente. Os especialistas opinam que seu estudo permitirá entender melhor o processo da morte e talvez aumentar a expectativa de vida.
A morte de células individuais provoca uma reação química em cadeia que conduz à decomposição de elementos de outras células e a um acúmulo de escombros moleculares. Os mecanismos deste tipo normalmente registram-se a nível celular, mas até agora não existia muita informação a respeito de como a morte se estende ao longo de um organismo no final de sua vida.
O estudo, realizado por especialistas britânicos e publicado na "PLoS Biology" revelou que nos vermes a propagação da morte pode ser vista facilmente com o microscópio como uma onda de fluorescência azul causada pelos processos de necrose, morte celular prematura, e de apoptose, morte celular programada. Para averiguar a verdadeira causa deste resplendor, a equipe utilizou a técnica fotográfica do "time-lapse", que permite mostrar vários acontecimentos a velocidades imperceptíveis para o olho humano, para captar o envelhecimento de células no processo de sua aproximação à morte.
Cientistas descobrem mais evidência de que os golfinhos se chamam por seus nomes
Os golfinhos são identificados por alguns como a segunda espécie mais inteligente do planeta (após os ratos, segundo O Guia dos Mochileiros das Galáxias) e os cientistas estudaram estes animais por anos, tratando de decifrar alguns de seus assobios para, talvez, construir um sistema que permita conversar com eles.
Um grupo de biólogos da Universidade de St. Andrews na Escócia publicou um novo estudo que mostra que os golfinhos respondem de forma seletiva a versões gravadas de seus assobios específicos, de forma similar a quando estamos em um grupo e alguém diz nosso nome.
Um estudo anterior já mostrava que os golfinhos chamam uns aos outros usando certos assobios específicos. O experimento consistiu em encerrar um golfinho em uma rede, fazendo com que este pedisse socorro a seus colegas. No entanto, não havia nenhum conhecimento de como os golfinhos utilizavam estes chamados no oceano aberto.
Um novo planeta azul
Astrônomos encontraram um novo ponto azul no universo, só que aqui as tormentas de vidro e os ventos tornam impossível a possibilidade de vida.
Um planeta orbitando a estrela HD 189733, ao redor de 60 anos luz da Terra, acaba de ser descoberto. O incrível é que se parece muito à imagem que o Voyager 2 mostrou da Terra no final dos anos noventa. É como um novo "pálido ponto azul", como escreveu Carl Sagan, mas um pouco menos hospitaleiro que nosso planeta.
Como o cérebro reage ao fim de uma relação amorosa?
Quando estamos atravessando ao fim de uma relação, a gente se sente meio que uma pessoa diferente. Nosso hábitos alimentares, de sono e de concentração (só para mencionar alguns) são completamente diferentes aos que normalmente temos. Passamos muito tempo sentindo a falta da ex, checando seus status do Facebook, recordando os mais remotos detalhes... Esta mudança de padrões de pensamento pode ser causado por mudanças neuronais que ocorrem após um rompimento.
- "Estudos de neuroimagem descobriram que ser evitado ou recusado, inclusive por um estranho, ativa muitas das mesmas regiões no cérebro que quando experimentamos dor física", apontou a doutora Xiaomeng Xu, da Brown University, que realizou uma pesquisa que tenta responder a pergunta titular.