Arquivo do mês de novembro 2012
Carl Sagan e sua opinião sobre Deus e os deuses
Minha formação escolar foi basicamente em intituições de ensino católicas, até em um seminário fui parar por conta dos gostos e promessas de minha avó, mas não era justo eu pagar a promessa de outrém e minha mãe logo me tirou de lá quando soube que a molecada toda se divertia com um padre gay (menos eu, lógico ;-)). Por sorte, tive, ainda que por pouco tempo -ele morreu muito cedo-, um pai muito bacana e uma mãe idem, que me permitiram fazer minhas próprias escolhas dentro da lei. É por isso que sou totalmente contrário que as escolas ensinem religião ao invés de ensinarem sua história cercada de intolerância.
Um dos caras que mais me ajudou a desenvolver o pensamento crítico foi Carl Sagan em sua mítica série Cosmos e que resume esta questão do modo que podem ver no fragmento de vídeo que encabeça este post. Se desejar ver o episódio inteiro (vale muito a pena!), basta clicar no seguinte link: Cosmos - O Limiar da Eternidade - Episódio 10.
Antes de tudo, cabe advertir que o ateísta quando diz que não encontra motivos nem evidências suficientes para introduzir o elemento "deus" para explicar a realidade que nos rodeia, está simplesmente expressando o que acha com base no que vê. O problema é que, nestas horas, as peles sensíveis cristãs se eriçam e passam a se portar exatamente como uma criança quando seus pais preocupados dizem que o seu amiguinho invisível não existe.
Em qualquer caso, se decidirmos encher nosso poço de ignorância com um "deus", então este conceito "deus" não significa absolutamente nada. Por exemplo, se o Big Bang foi criado por Deus, quem criou Deus? Se foi ele mesmo, por que não podemos afirmar que o Big Bang criou a si mesmo? Que mal há em alguém dizer que não crê em Deus enquanto não apareça evidência sólida? E por favor vamos deixar a Bíblia de lado como evidência de alguma coisa. Aquilo tem mais buracos do que um queijo suiço.
O que deveriam ensinar nas escolas, segundo Richard Dawkins
O colégio, em um mundo onde o conhecimento está a um clique de nossos dedos, não deveria ser tão somente um lugar onde transmitir informação como um lugar onde nos ensinem a aplacar nossos defeitos neurobiológicos de fábrica e, sobretudo, fomentar a capacidade de hierarquizar conhecimentos, relacioná-los entre si e descartar facilmente os que carecem de sustentação.
No livro "This Will Make You Smarter", John Brockman, editor do ótimo site edge.org, propôs aos pensadores mais influentes do mundo a pergunta "Que conceito científico nos ajudaria a melhorar nossas capacidades cognitivas?". Entre eles Richard Dawkins, que nesse sentido propõe uma ferramenta para melhorar o pensamento crítico desde a escola: as experiências de controle duplo-cego. Ele crê que se todos os colégios ensinassem o estudo duplo-cego como critério de validação de práticas experimentais quantitativas, os alunos sairiam com um equipamento cognitivo bem mais afinado.