Arquivo do mês de outubro 2012
Cientista mostra o que acontece à consciência com a morte
Em uma recente transmissão do excelente programa de divulgação científica "Through the Wormhole", narrado por Morgan Freeman, o Dr. Stuart Hameroff expõe sua teoria do que pode acontecer à consciência na morte.
- "Acho que a consciência ou seu precursor imediato, a proto-consciência, esteve no universo desde sempre, talvez desde o Big Bang".
O Dr. Hameroff compartilha os cenários possíveis que acontecem quando uma pessoa morre em consequência de sua teoria, Orch-Or (redução orquestada de objetivo), desenvolvida junto com Roger Penrose. Segundo esta teoria a consciência deriva de microtúbulos no cérebro que são nós de processamento quântico. Quando uma pessoa tem uma experiência próxima à morte, quando o coração deixa de bater o sangue já não flui ao cérebro e os microtúbulos perdem seu estado quântico, mas a informação neles não é destruída, é distribuída no universo. Se o paciente revive a informação poderá regressar aos microtúbulos, considera Hameroff.
- "É possível que a informação quântica exista indefinidamente fora do corpo, algo parecido a uma alma", diz Hameroff, que defende que ninguém na comunidade científica pode desafiar sua teoria.
Via | Huff Post.
Os níveis de sociabilidade do autista
As pessoas não se dividem entre autistas e não autistas, entre sociáveis e não sociáveis. Há um amplo espectro, diferentes níveis de sociabilidade entre alguém que, por exemplo, sofre síndrome de Asperger e uma pessoa muito sociável e extrovertida e que fala mais do que a boca.
Se avançamos por este raciocínio, poderíamos encontrar pessoas excêntricas que não receberiam um diagnóstico por transtorno do espectro do autismo, mas que, no entanto, se apartam de sua comunidade. Algumas destas pessoas poderiam ser diagnosticadas com um trastorno de personalidade esquiva.
E poderíamos seguir encontrando degraus de introspecção, tal e qual tenta explicar Thomas Armstrong em seu livro The Power of Neurodiversity:
Nem envelhece nem sente dor nem tem câncer: não é um robô senão um rato-toupeira-pelado
Apesar de seu aspecto vagamente extraterrestre (na versão muito feia), o rato-toupeira-pelado (Heterocephalus glaber) vive entre nós. Foi descoberto no leste da África em 1842 e está fascinando os cientistas por seu particular DNA.
Esta criatura, que mais parece um pinto de perninhas com dentes, vive em média 23 anos -quando a média nos outros roedores é de 8 anos- e, ademais, não mostra sintomas de envelhecimento, pondo em cheque algumas leis da biologia: suas células não têm sintomas do chamado estresse oxidativo, vinculado ao processo de envelhecimento e a doenças como a arteriosclerose e o Alzheimer. Por não desenvolver tumores, ainda que tratem de provocá-los no laboratório. Poderia dizer-se, pois, que o rato-toupeira-pelado morre jovem.
55 Cancri-e: um planeta de diamante
O 55 Cancri-e é um planeta extra-solar, localizado aproximadamente a 41 anos luz da Terra, que possui uma massa similar à de Netuno e orbita a estrela gêmea solar 55 Cancri-e. Mas o mais interessante de 55 Cancri-e é que ao menos um terço de sua massa é formada por diamantes, tal e qual descobriram agora uma equipe internacional de astrônomos liderado por Nikku Madhusudhan.
Não estamos ante o primeiro exemplo de planeta destas características, mas sim é o primeiro que se encontra orbitando uma estrela parecida ao Sol. Madhusudhan assinalou que:
- "A superfície deste planeta está provavelmente coberta de grafite e diamante, o que supõe a primeira visão de um mundo rochoso com uma química completamente diferente da Terra".
O planeta é bem mais denso que a Terra, com uma massa oito vezes maior e é muito muito quente, com temperaturas em sua superfície que atingem os 1.648 ºC, o bastante para fundir o ferro.
Via | Universe Today.
Seria esta espiral de luz a última coisa que a raça humana verá?
Astrônomos do Observatório ALMA no deserto do Atacama, Chile, captaram pela primeira vez a imagem tridimensional de uma estrela similar ao sol a ponto de morrer. A morte desta estrela gera uma espetacular espiral de fogo que evoca seu própria consumo em um uma espécie de vórtice. Segundo o pesquisador Shazrene Mohamed:
- "O ALMA está revelando novas informações sobre o que está acontecendo nestas estrelas e o que poderia acontecer ao sol em alguns milhares de milhões de anos".
Para a pesquisa a equipe usou a metade das 66 antenas de alta precisão que o telescópio ALMA tem, com as quais penetraram nas entranhas deste gigante vermelho, localizado a 1.000 anos luz na constelação do Escultor. Esta é a primeira vez que observam uma camada circundante com uma espiral interior, a qual os astrônomos não descartam que poderia ser devido a influência de outro astro.
Via | Gizmodo.
Cientistas criam terra transparente para estudar as raízes das plantas
Boa parte das tarefas da ciência radica em tornar visíveis os fenômenos invisíveis. Daí o surgimento do microscópio para ver o mundo das bactérias ou o telescópio para espiar até distâncias insondáveis. Também podemos listar os raios X para dar uma olhada em nossa estrutura óssea ou o endoscópio para observar as entranhas. Curiosamente, um dos acontecimentos mais comuns da botânica ainda retém muitos mistérios para os biólogos: o que realmente ocorre debaixo da terra com as plantas?
Desde a educação básica ensinam-nos que as plantas requerem de nutrientes, os quais são adquiridos dos componentes da terra. Estas interações são realizadas em uma camada chamada rizosfera, que, em um sentido muito amplo, podemos considerar como a porção do solo onde se encontram as raízes. Nessa região encontram-se a maior parte das bactérias, fungos, insetos e nematódeos; e juntos com as plantas, interagem para criar uma série de reações singulares nesse micro-ecossistema.
O cérebro não é hardware nem software: é wetware
À medida que avançamos no entendimento sobre o funcionamento de nosso cérebro, também mudam as metáforas que empregamos para aplicar novas referências próprias. O biólogo de Harvard Richard Lewontin referiu-se ironicamente a esta evolução com estas palavras:
- "Em um dia o cérebro foi uma central telefônica, logo um holograma, logo um computador digital elementar, logo um computador de processamento paralelo e agora é um computador de processamento distribuído".
À medida que penetramos no cérebro, descobrimos que não funciona como se estivesse dotado de cabos e racks, nem também com simples códigos binários de computador. Porque o cérebro não é software e nem é hardware. É wetware. É uma selva darwiniana, tal e qual descreveu o Nobel de Biologia Gerald Edelman: conjuntos de neurônios que competem uns com outros pelo predomínio à hora de responder aos estímulos do meio.