Físico assegura que a consciência poderia ser um estado da matéria
Os cientistas não costumam falar muito de consciência. Ainda que é uma das características que costumam listar no momento de distinguir nos de outros seres, defini-la u explicá-la resulta intrincado: não é algo observável e muito menos mensurável, é um labirinto que poucos se atrevem a explorar desde a ciência.
O que é inegável é que a consciência existe e, bem como a matéria ou energia escuras, pode ser utilizada para explicar alguns vazios teóricos dentro de nosso atual modelo físico.
Pese que isto ainda se encontre em o campo da especulação, o cosmologista e teórico físico, Max Tegmark do MIT, propõe que assim como existe a matéria em estado líquido, sólido e gasoso, a consciência poderia ter uma manifestação física que permite o processo de certa informação que dá forma a nossa subjetividade.
A física e a química, ao estudar diferentes estados da matéria, descobriram que seus comportamentos não dependiam tanto do tipo de átomos que os compunham como do padrão que estes adotavam. Para Tegmark, a consciência pode ser entendida como outro estado da matéria que pode atuar de muitas maneiras, igual toda a variedade de líquidos que existem, e que poderiam ser identificados por suas características gerais.
O que ele propõe é que pode ser interpretada como um padrão matemático que resulta de certo número de condições que dão forma a diferentes tipos de consciência. Descobrir em que circunstâncias se desenvolvem diferentes tipos de consciência nos ajudaria a definir diferenças e semelhanças entre animais, humanos e computadores.
Este trabalho foi baseado na teoria da informação integrada do neurocirurgião Giulio Tononi, da Universidade de Wisconsin. De acordo com esta, para comprovar que algo tem consciência são necessários dois elementos: primeiro, capacidade para armazenar, processar e recordar vastos conjuntos de informação; segundo, que dita informação constitua um todo e resulte indivisível. Assim, a consciência em um ser teria que ser composta de informação que não possa funcionar de maneira independente ou ser separada.
Em entrevista ao New York Times, Tononi supõe que alguns dispositivos simples poderiam ter alguns lampejos de consciência, o que não implica um sistema complexo senão unidades menores que chamou de phi, utilizadas para medir o grau de consciência.
Tegmark, ao retomar o trabalho de Tononi, dividiu à consciência em dois estados da matéria: O computronium, que seria a capacidade de armazenamento e processamento de informação, e o perceptronium, que inclui todas as anteriores mais a condição de funcionar como um todo indivisível.
Ademais identificou os cinco princípios básicos que poderiam ser utilizados para distinguir à matéria em consciência de outras formas físicas da matéria: a informação, a integração, a independência, as dinâmicas e os princípios de utilidade. O grande problema reside em que não há forma confiável de medir isto.
Outras tentativas que apontam para este caminho são os grupos que buscam transferir consciências humanas a corpos artificiais ou a explicação de um grupo de físicos suíços que sugere que a consciência existe em lapsos temporárias diminutos separados por milissegundos.
Em todo caso, ainda não sabemos muito sobre a consciência, mas se torna cada vez mais evidente que devemos começar a pensar nela longe das fronteiras do humano.
Via | Science Alert.
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