Um metaestudo cujos resultados foram publicados recentemente no jornal Addiction confirma que o consumo de álcool é capaz de produzir câncer de boca e orofaringe, laringe, esôfago, fígado, cólon, reto e mama. Não sugere, confirma, ainda que os mecanismos que relacionam a ingestão de álcool e o surgimento destes cânceres não estejam claros ainda.

E nada descarta que o consumo de álcool esteja relacionado com o aparecimento de outros tipos de câncer; de fato cada vez há mais evidências de que está também relacionado com o câncer de pele, pâncreas e próstata.

O estudo "Alcool consumption as a cause of cancer" diz ademais que ainda que há uma relação clara entre o volume de álcool ingerido e o surgimento da doença, os que bebem ocasionalmente também não estão livres.

Os cânceres atribuídos ao álcool nas áreas citadas representam 5,8% das mortes pela doença em todo mundo a cada ano. De modo que conquanto seja verdade que o álcool causa muitas mortes por sua influência em acidentes de trânsito, ou ainda pelos casos de cirrose que provoca, e isso para não falar dos problemas sociais que supõe o alcoolismo, é importante que saibamos que há um motivo a mais para vigiar seu consumo.

E como sempre cabe a exceção de que ainda que você passe a vida inteira bebendo como um cossaco ninguém pode assegurar que vá desenvolver um câncer por causa do álcool.

Depois de ver os resultados destes estudos, vou deixar de tomar um vinho, uma cerveja, um uísque com os amigos de vez em quando? Não, assim como não deixei de comer carne vermelha ou processada. Ou que não deixei de usar meu celular nem desligue o wifi de casa nem do escritório nem parei de tomar café por muito que a Organização Mundial da Saúde diga que tudo isso pode provocar câncer. A verdade é que viver dá câncer e basta nos policiarmos com os excessos. O veneno está na dose!

Mas como sempre digo, uma parte fundamental da divulgação científica é para que possamos tomar decisões informadas a respeito do que fazemos; por isso me parece importante publicar resultados de estudos sobre hábitos mais do que aceitos socialmente.

Via | Science Daily.

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