Os macacos que não esquecem seus leopardos

LuisaoCS

Os macacos que não esquecem seus leopardos

Muitos dos animais que vivem em grupo desenvolveram mecanismos para alertar uns aos outros do perigo. Os mais sofisticados, como alguns macacos da África, têm chamadas identificativas para cada perigo; o uivo para advertir da presença de um leopardo, de um ave de rapina ou de uma serpente, por exemplo. Mas, são estes sistemas inatos ou aprendidos? A pergunta é interessante porque em alguns estudos com aves chegaram a conclusão que perdiam o medo de seus predadores em apenas uma geração, o que induziria a pensar que são aprendidos.

Interessada por este tema, a pesquisadora Melissa Burns-Cusato colocou em prática um interessantíssimo experimento, onde se serviu de uma população de macacos do velho mundo (Chlorocebus sabaeus) que vivem nas ilhas Barbados e que chegaram a esta ilha há uns 600 anos. Em todo este tempo, esta população viveu livre da ameaça dos predadores, de modo que, o que aconteceria se colocassem uma gravação do uivo utilizado pela mesma espécie, só que da África, para avisar de que há um leopardo por perto?


O que ocorreu, depois de escutar um chamado foi que os macacos de Barbados subiram imediatamente às árvores. Só três macacos (um exemplar jovem e uma fêmea grávida e seu filhote) ficaram no chão. De alguma maneira, o restante foi capaz de reconhecer o sinal de perigo apesar de que passaram dezenas de gerações sem escutá-la.

Os resultados do estudo, que ainda está em marcha, não fornecem uma resposta clara. Os macacos, por exemplo, não reconheciam o sinal do uivo para as cobras, por exemplo, ainda que reconheciam uma serpente como um perigo se vissem uma títere com sua forma. Talvez, especulam os autores, o chamado que para os macacos de África indica "Atenção, leopardo" quer dizer apenas "Perigo, subam às árvores", e cada população o adapta a seus predadores particulares.

Ainda por completar os experimentos -querem ver agora como reagem aos chamados que advertem da presença de uma ave de rapina- este fascinante trabalho sugere que o resultado destes comportamentos é uma combinação de experiência e carga genética e que alguns medos podem ser transmitido entre os indivíduos durante gerações através dos genes e apesar de que o perigo tenha desaparecido há muito tempo. Simplesmente fascinante!

Via | io9.


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