A mera roçadela com esta planta provoca tanta dor que pode levar ao suicídio
Há plantas que por alguma razão são mais violentas que qualquer animal ou qualquer veneno químico. Uma delas, e talvez a pior de todas, é a famosa gimpi gimpi (Dendrocnide moroides), cujo nome não tem nada a ver com seu temperamento. Este arbusto verde prolifera nas selvas tropicais da Austrália, ilhas Molucas e Indonésia, e é coberta por agulhas ocas em forma de pelos que contêm uma poderosa neurotoxina que causa uma dor insuportável.
Inclusive respirar os pelinhos flutuantes pode causar espirros, erupções ou sangramento do nariz. A entomologista e ecologista Marina Hurley, que estuda várias espécies de árvores venenosas comparou esta urtiga a, prestem atenção, "ser queimado com ácido fervendo e eletrocutado ao mesmo tempo". Isto é, a dor que provoca é tão forte que a vítima pode chegar ao suicídio para terminar com ela.
O virologista Mike Leahy explica os efeitos mortais do gimpi gimpi dessa forma:
"A primeira coisa que a pessoa sente é uma sensação de ardor muito intensa e esta aumenta durante a seguinte meia hora se tornando cada vez mais dolorosa. Pouco depois disto, as articulações começam a doer e as axilas ficam inchadas, o que pode ser quase tão doloroso quanto o ardor original. Em casos severos, isto pode levar a choques ou inclusive à morte."
Os episódios de seus efeitos colaterais abundam. Sabe-se que muitos cavalos morreram por causa de uma simples roçadela de suas patas com o gimpi gimpi, ou inclusive saltando de um barranco para terminar com sua dor. No entanto, alguns marsupiais e pássaros consomem suas folhas e frutos sem problema. Hurley mostra-nos a planta neste vídeo:
O motivo de uma defesa tão violenta é um mistério; 15% de seus efeitos dolorosos seria suficiente para afugentar quase qualquer predador que quisesse se aproximar. E no entanto segue sendo inócua para algumas espécies.
O gimpi gimpi é um fascinante mistério da natureza, mas se alguma vez você acidentamente resvalar nas folhas desta urtiga, a melhor coisa a fazer, segundo a Wikipédia, é untar ácido clorídrico sobre a pele exposta e tirar os diminutos pelos com uma cera de depilar, caso contrário os fiozinhos não deixarão de liberar toxinas. O problema, evidentemente, será encontrar o ácido e a cera no meio do mato.
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