A busca de uma metade da laranja é uma mito promovida pela cultura romântica mais boba e ingênua, conquanto a tecnologia das telecomunicações provavelmente favorecerá que achemos casais muitíssimo mais compatíveis das que agora achamos em nossa vida cotidiana.

Sem imaginar futuras redes sociais geolocalizadas que busquem pessoas por parâmetros infinitesimais que cruzem com os nossos a fim de dar um alerta ao Cupido, qual é a probabilidade de que topemos com nossa metade da laranja (se é que esse conceito pode existir)?

Felizmente não há só uma pessoa no mundo que encaixaria conosco perfeitamente. O mais provável é que existam milhares. Mas se mantivermos o romantismo do único casal no mundo, na história, na existência humana, temos de dar uma olhada no divertido livro de Randall Munroe intitulado "E se?"

Ao longo da historian viveram aproximadamente 100 bilhões de seres humanos, e atualmente estão vivos uns 7 bilhões. Ou seja, é muito provável que a nossa metade da laranja esteja morta. De modo que simplifiquemos a busca e imaginemos que nossa alma gêmea está viva e que, ademais, tem uma idade similar à nossa, para evitar que nos tachem de pedófilos ou gerontófilos. Dez anos acima, dez anos abaixo, então teríamos um leque de ao redor de 500.000.000 de mias laranja potenciais:

As possibilidades de encontrar com sua alma gêmea seriam incrivelmente pequenas. O número de desconhecidos com os quais estabelecemos contato visual a cada dia varia desde quase nenhum -pessoas de povoados pequenos ou enclausurados em casa- até milhares -uma vendedora de um shopping movimentado em São Paulo-, mas suponhamos que você troca olhares com uma média de várias dezenas de estranhos novos a cada dia. Se 10% deles tem uma idade próxima à sua, isso resultaria em umas 50.000 pessoas em toda uma vida. Considerando que temos 500.000.000 potenciais almas gêmeas, significa que só encontraríamos nosso amor verdadeiro em uma de cada 10.000 vidas.

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