A promiscua e misteriosa genética dos trevos de quatro folhas

LuisaoCS

A promiscua  e misteriosa genética dos trevos de quatro folhas

Há 300 espécies diferentes de trevos, mas em um consenso mais ou menos geral, o trevo branco (Trifolium repens) de quatro folhas é o da sorte. E o fato de que tenha tantos trevos de quatro folhas é porque a planta é nativa de três continentes e prolifera muitíssimo; entre tantos e tantos trevos juntos um ou outro tem um erro de cromossomo. Mas ao que parece as quatro folhas não são nenhum erro, e se tivesse um seria ter só três.

A fama do trevo de quatro folhas expandiu-se tanto que agora cientistas estão indagando a genética dos trevos para saber o que acontece a nível do DNA com estes casos de trevo.

- "Sabemos mais ou menos onde está a mutação no cromossomo", apontam, - "Mas o trevo parece fazer todo o possível para tornar seu genoma inescrutável". Há algo fascinante dentro destas miniaturas verdes. Cada trevo tem o dobro de cromossomos dos humanos, e cada par de cromossomos vem de uma espécie diferente. Como se fossem extraterrestres.


Quando estava proliferando sobre o mundo o trevo começou a se dividir em múltiplas espécies, mas depois se "juntou" (literalmente) de regresso e seguiu reproduzindo. Em lugar de recombinar-se, o trevo ficou com ambos pares de cromossomos. Ademais, o trevo branco é um dos organismos mais promiscuo ao longo de sua história (20 milhões de anos); é praticamente incapaz de reproduzir entre sua própria espécie. Assim, sua vida sexual torna impossível rastrear os genes dos pais de cada exemplar. Mas o que os cientistas descobriram ao crescer e monitorar 178 plantas de trevo, foi que os trevos na antiguidade tinham muitíssimas folhas; com o tempo foram-se adaptando à umidade e o frio do planeta, e perderam as folhas.

Isto quer dizer que os trevos comuns de três folhas são mais evoluídos que os de quatro -o recorde Guinness de um trevo atual é de 56 folhas em apenas um talo: o mais primitivo de todos-.

Em geral pode ser concluído que o que gostamos, sem dúvida, é a exceção à regra e o folclore. A fascinante empreitada de buscar entre milhões de plantinhas uma que seja diferente e que esteja destinada a nós (porque assim é a sorte), e a associação que temos entre uma miniatura e sua promessa de boa sorte diretamente relacionada aos duendes irlandeses. Talvez os de quatro folhas extingam-se do planeta graças à adaptação, mas ainda há centenas de milhares que nos esperam como um consolo diminuto. A combinação de fatores é bela e isso é suficiente.

Via | Wired.


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