Um vírus poderia estar nos tornando mais estúpidos
Não, não se trata da progressiva degradação intelectual de nossa civilização infectada pelos programas de reality show, a cultura das celebridades, o amor pela comida lixo, os jogos de futebol e os joguinhos para matar o tempo no "smartphones" (o nome destes aparelhos é questionável) ou algum outro vírus memético. Cientistas descobriram um vírus que afeta a cognição humana, que previamente achavam que só infectava a certas algas da família clorela (Chlorella).
O clorovírus ACTV-1 faz parte do viroma orofaríngeo dos seres humanos e, segundo a pesquisa realizada por cientistas da Universidade de John Hopkins e da Universidade de Nebraska, publicada na revista PNAS, produz alterações na função cognitiva de humanos e roedores. A mucosa humana contém uma enorme quantidade de microorganismos, muitos deles inofensivos, outros benéficos e outros mais, patogênicos; a eles se soma o clorovírus, que foi identificado em 40 de 92 humanos de diferente extração populacional depois da retirada de uma amostra da mucosa.
Os pesquisadores assinalam que este vírus afeta a expressão de certos genes, a memória, a coordenação motora e o sistema imunológico -uma diminuição de até 10% de capacidade, o que se confirmou também após injetar o vírus em ratos-. Não há evidências de que o vírus seja contagioso (a estupidez é contagiosa?). Acham que provavelmente o vírus infecte outro microorganismo e desta maneira chegue à garganta do ser humano. Possivelmente a infecção humana seja um efeito colateral na verdadeira guerra pelo controle deste planeta, que leva mais de 3 bilhões de anos: vírus versus bactérias.
Dizer que quase 40% das pessoas deste planeta são portadores deste vírus só após este estudo seria excessivo, falta muita informação para poder arriscar uma asseveração desse peso.
Também é um pouco reducionista pensar que este vírus é responsável pelo nível intelectual de nossa civilização, quando existem inumeráveis vírus e bactérias e demais microorganismos no microbioma humano que afetam nossa cognição -e por suposto "vírus" informativos, como é qualquer programa cultural-. Por exemplo, o parasita Toxoplasma gondii, que habita comumente nos gatos, pode ser a causa de certas doenças mentais e mudanças na população bacteriana foram associadas com a depressão e o autismo; mas também bifidobactérias e lactobacilos são vitais na produção de certos neurotransmissores que são gerados no intestino e o consumo de probióticos tem sido associado com um melhor funcionamento cognitivo.
Por outro lado, se olharmos ao nosso redor, uma vez que a própria ideia de que este vírus quase ubíquo te infectou, o clorovírus poderia explicar muitas coisas. Além de ser uma boa desculpa para atos frustrados:
- "Não fui eu, foi o vírus".
Ou ainda um bom recurso para o comentário político:
- "Os governantes petistas parecem ter um alto índice de clorovírus ACTV-1!″.
No final, o mais interessante disto é que o "eu" individual em realidade não existe ou é um coletivo formado por milhares de milhões de microorganismos que usam o corpo "humano" para se perpetuar.
Via | Medical Daily.
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Shuáshuáshuá
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