Trabalhar em turnos alternativos é péssimo para a memória
Não é a primeira vez que relacionam o trabalho em turnos com problemas de saúde. Já foi associado a doenças cardiovasculares ou úlceras e agora, um novo estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Toulouse II-Le Mirail (França) afirma que pode alterar a função cerebral, afetando tanto à memória quanto à velocidade de processamento.
Os cientistas contaram com a participação de mais de 3.000 voluntários que trabalhavam em uma ampla faixa de setores, representando 1.484 deles trabalhadores de turnos rotativos ao menos 50 dias ao ano. Analisaram sua capacidade cognitiva -avaliando a memória a curto e longo prazo, a velocidade de processamento e sua capacidade cognitiva global- em três momentos: 1996, 2001 e 2006.
Os resultados do estudo em 1996 revelaram que os trabalhadores do sistema de turnos apresentavam pontuações mais baixas na memória e velocidade de processamento e menor potência cerebral que os que só tinham trabalhado no horário habitual de escritório.
Cinco anos depois, em 2001 voltaram a repetir-se o estudo. As conclusões foram idênticas: os participantes que tinham trabalhado dez anos ou mais em turnos rotativos tinham menor memória cognitiva e inferiores pontuações globais com respeito aos que jamais tinham trabalhado desta forma.
A capacidade cognitiva pode ser recuperada? Esta pergunta fez parte da última parte do experimento. Comprovar se deixar o trabalho por turnos estava associado a uma recuperação ou não. A resposta foi afirmativa, mas este processo requer ao menos de cinco anos.
- "A deterioração cognitiva observada no presente estudo pode ter consequências importantes para a segurança, não só para as pessoas afetadas, senão também para a sociedade em seu conjunto, dado o aumento do número de postos de trabalho em situações de alto risco que são feitos no turno noturno", explicam os autores do estudo publicado na revista Occupational and Environmental Medicine.
Via | Science Daily.
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