Por que as mulheres tomam melhores decisões sob pressão do que os homens?

LuisaoCS

Por que as mulheres tomam melhores decisões sob pressão do que os homens?

Os homens e mulheres tomam decisões similares quando têm suficiente informação, quando avaliam adequadamente os riscos potenciais e os ganhos esperados. Mas o mundo, para homens e mulheres, nem sempre oferece um marco adequado para a tomada de decisões. "Tanto na guerra quanto no amor tudo vale", mas na selva corporativa parece que as mulheres se valem de melhores estratégias de tomada de decisões, apostando no resultado mais seguro em vez de se arriscar desnecessariamente. Existem vários estudos para respaldar isto.

Mara Mather é uma neurologista cognitiva na Universidade do Sul da Califórnia, e junto a sua colega Nichole R. Lightall descobriram que, sob circunstâncias "normais", tanto homens e mulheres tomam decisões de risco com resultados similares. As circunstâncias normais obedecem a riscos avaliáveis, e situações onde a indeterminação não é surpreendente. Mas quando o estresse entra em jogo, as mulheres tomam melhores decisões.


Em um experimento, pediram aos participantes (homens e mulheres) que tirassem cartas de vários maços. Algumas pilhas de cartas eram "seguras" (pequenas recompensas frequentes) e outras eram "arriscadas" (maiores recompensas, mas infrequentes). Homens e mulheres tiveram resultados similares. Depois os participantes submergiram as mãos em água gelada durante certo tempo (para causar estresse), e novamente tiveram que sacar as cartas.

Como resultado do estresse, os homens retiraram 21% mais cartas dos maços "arriscados", enquanto as mulheres se mantiveram no "seguro". Os homens tiveram menos ganhos que as mulheres. Estudos similares mostraram que os homens tendem a tomar decisões mais perigosas quando enfrentam situações de estresse, enquanto em ditas situações, as mulheres agem segundo os resultados mais confiáveis.

O cortisol, o infame hormônio do estresse, é um fator determinante nesta equação. Segundo Ruud van den Bos, neurobiólogo da Universidade de Radboud, na Holanda, existe uma tendência masculina ao risco quando está sob pressão que pode ser explicado por um aumento de cortisol; mas no caso das mulheres, um ligeiro aumento deste hormônio parece melhorar seu processo de tomada de decisões.

Na vida real este parece ser o caso. A empresa Credit Suisse avaliou 2.400 companhias entre 2005 e 2011 (nos cruciais anos que precederam e seguiram à crise financeira mundial), descobrindo que as grandes corporações com ao menos uma mulher em sua mesa diretiva, tiveram um desempenho 26% melhor na tomada de decisões em frente a uma situação caótica que as companhias com mesas diretivas dirigidas totalmente por homens.

Poderia ser argumentado que as companhias dirigidas por mulheres arriscaram pouco e que assim tiveram poucos ganhos nos anos anteriores à crise, mas esse não parece ser o caso. A Credit Suisse concluiu que entre 2005 e 2007, tais companhias tiveram um desempenho igual ao das dirigidas por homens, enfatizando que, em frente à crise, as companhias dirigidas por mulheres lidaram melhor a carência. Não é por nada que executivas de alto nível foram chamadas durante esse período para dirigir a Toyota ou Yahoo.

Via | NY Times.


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