Por que 98% dos assassinos seriais são homens?

LuisaoCS

Por que 98% dos assassinos seriais são homens?

Elliot Rodger de 22 anos, estudante do Santa Barbara City College, matou seis pessoas na sexta-feira passada e feriu a 13 mais, atacando no campus da Universidade com uma arma de fogo e armas brancas, pouco antes de tirar a própria vida. Com esta história volta a abrir esse negro capítulo do crime onde os inclassificáveis assassinos seriais ou em massa perpetuam uma galeria do terror. Mas por que não escutamos nas notícias de assassinas seriais?

Segundo Candice Batton, diretora da Escola de Criminologia e Justiça da Universidade de Nebraska, afirmou em 2013 que - "algumas pesquisas apóiam a ideia de que os homens são mais propensos a desenvolver as atribuições negativas de culpa que são externas em sua natureza, isto é, 'a causa... de meus problemas é alguém maior ou uma força externa a mim'. E isto se traduz em nojo e hostilidade com os outros." Este é o caso de Rodger, que adjudica a sua falta de sucesso com as mulheres níveis épicos de vingança e retribuição.

As mulheres, por outra parte, - "são mais dadas a desenvolver atribuições negativas de culpa que são internas quanto a sua natureza, isto é: 'a causa de meus problemas é alguma falha minha: não tentei o suficiente, não sou suficientemente boa."


Mas apesar de que existam muitos homens e mulheres frustrados no mundo de hoje, nem todos se convertem em assassinos deste tipo, dos quais 98% historicamente foram homens. Uma resposta biológica ao problema social seria culpar à testosterona, o hormônio que dispara a agressão natural e até certo ponto desejável que permitiu que nossa espécie evoluísse desde suas modestas origens e pudéssemos enfrentar os grandes predadores com força e inteligência.

Outra explicação comum é que os homens maduram após as mulheres: o lóbulo frontal ´-responsável por controlar os impulsos, a reflexão e a consciência das consequências- não termina de desenvolver nos homens senão até após seus 20 e início dos 30 anos, o que dá uma janela de oportunidade para justificar o comportamento criminoso.

Outros vilões cotidianos da mídia para entender a violência costumam ser os videogames, apesar de que existam milhões de jogadores que não se convertem em assassinos; por outra parte, os esportes de contato poderiam ser outro candidato, se primássemos em sua prática competitiva e agressiva em vez do companheirismo e disciplina que também pode surgir delas.

Não se trata de apenas uma causa: a sociedade, para o bem ou para o mal, está estruturada para fazer o homem sentir que, se não destaca, se não for capaz de prover a sua família, será um indivíduo acabado. A perda de um emprego tem conseqüências mais desastrosas na autoestima de um homem que na de uma mulher, que nem sempre baseia sua imagem de si mesma no fato de ganhar dinheiro (e quanto) diferente dos homens.

As mulheres também matam, é verdade, mas seus métodos costumam ser bem mais íntimos: afogam, envenenam, sufocam, enquanto os homens abrem fogo contra o que se move, aumentando o número de vítimas no processo. Parece que as mulheres se tornam conscientes do ato de matar, enquanto os homens só matam.

As expectativas sociais, a falta de maturidade, a ignorância e uma pobre ideia de si mesmo fizeram que Elliot Rodger confessasse em um já famoso vídeo as razões de seu crime com um discurso tomado diretamente das desenhos animados e dos filmes de ação -recorda um pouco o monólogo de Uma Thurman no princípio de Kill Bill 2-, mas não ocorreria a ninguém que os filmes de ação criam por si mesmos assassinos seriais ou em massa. Rodger teve sua cota de satisfação em um incidente trágico, ingressando no museu da banalidade homicida e da fama mórbida do reconhecimento póstumo, um duvidoso prêmio de consolação para uma vida miserável, de um sujeito possível e igualmente miserável. Um final que, à medida que os crimes deste tipo se multiplicam, se converte em uma estatística negra a respeito de um indivíduo que desata seu ódio contra uma sociedade à que não pode, à que não sabe pertencer.

Via | Time.


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Comentários

Elliot Rodger não foi um assassino serial. Para ser um, se tem que matar mais de três pessoas em mais de três ocasiões diferentes.

As mulheres sabem disfarçar melhor do que os homens, taí a diferença!
Tudo questão de condicionamento cultural, meus caros...

... Assassino em série, por favor.
E ao que parece (pelo que li aqui, agora, não me interessei e não vou pesquisar), esse Roger não é assassino em série, mas assassino em massa.
Tem uma ENORME diferença entre ambos.

Eu acho que é porque as mulheres tem a desculpa de que estão na TPM...

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