Sekkusu shinai shokogun, é o que os meios no Japão chamam de "síndrome do celibato" que parece estar se apoderando dos jovens japoneses e que o governo interpreta como uma catástrofe nacional. A população abaixo dos 40 anos está perdendo o interesse nas relações amorosas convencionais, já não quer sair em casal e muitos não querem nem se complicar com o sexo. Segundo um recente pesquisa, grande parcela dos jovens não está interessada em, ou detestam, o contato sexual.

As relações em longo prazo e o contato humano estão sendo substituídos por uma gratificação instantânea na internet ou personagens de videogames. Com pouco dinheiro para arrumar uma namorada e emocionalmente não dispostos a assumir a responsabilidade de um relacionamento, criou-se uma nova classe de homem que os meios chamam de soshoku danshi ou herbívoros. Uma espécie de heterossexual que não tem apetite pela experiência carnal do sexo.

Esta abstinência pode também chegar a extremos patológicos de reclusão como são os hikikomori ou "encerrados" que quase não botam o pé fora do quarto, os otaku ou "geeks-desadaptados" e os parasaito shingurus ou "solteiros parasitas", a maioria são homens maiores de 30 anos que ainda vivem com seus pais.

Este último grupo é uma demografia crescente. Calcula-se que 13 milhões de solteiros vivem na casa dos pais, mais ou menos três milhões deles têm mais de 35 anos.

Apesar da crescente aversão ao relacionamento do mundo real e ao contato físico, a existência destes homens não é assexual. Mas suas experiências pelo geral são solitárias: consomem pornografia na internet ou/e têm namoradas virtuais e são aficionados às caricaturas hiperssexuais do anime.

O desenvolvimento tecnológico do Japão criou mundos virtuais extraordinariamente sofisticados com lugares e situações privadas onde muitos podem se refugiar. Alguns otakus, que mantêm relações com namoradas virtuais desenvolvidas principalmente pela Nintendo no programa chamado Love Plus, levam as amadas digitais para passar no parque, compram chocolates e flores para elas e celebram seus aniversários. Seria mais ou menos aceitável que estes caras tivessem no máximo 15 ou 16 anos, o detalhe é que muitos têm 40 ou mais.

O resultado não poderia ser diferente, o decréscimo da natalidade no Japão, a terceira maior economia do mundo, põe em risco o futuro do negócio internacional, devido à falta de mão de obra jovem que sustente o desenvolvimento empresarial.

A dificuldade de incrementar o PIB japonês deve-se a que a metade dos jovens não estão casados. 49% das mulheres solteiras e 61% dos homens solteiros entre 18 e 34 anos não têm uma relação estável, enquanto 30% dessa população ainda não fez sexo. Inclusive, 45% das mulheres e 25% de homens entre 16 e 24 anos dizem que não estão interessados em sexo.

A diminuição do número de habitantes faz com que a dívida externa do Japão possa ser impagável em uns anos, quando o PIB não seguir aumentando devido à falta de população economicamente ativa.

O efeito negativo para a economia mundial, nesse caso, se deve a que Estados Unidos é um importante exportador e importador do Japão, e a economia estadunidense será particularmente susceptível, segundo Max Fisher, especialista em assuntos internacionais.

Via | Washington Post.

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