Asseguram que nosso cérebro desfruta ver inimigos sofrendo

LuisaoCS

Asseguram que nosso cérebro desfruta ver inimigos sofrendo

Uma equipe de pesquisadores publicou um artigo na revista Frontiers in Psychology onde afirmam que descobriram um estranho fenômeno depois de observar como o cérebro humano processa a dor de terceiros: a seção de nosso cérebro associada à empatia, também conhecida como a "matriz da dor" ("pain matrix"), reage de forma diferente entre quando vemos sofrer alguém que gostamos ou alguém que nos desagrade.

O estudo consistiu em 19 voluntários judeus que em sua primeira seção viram oito "protagonistas" (atores), dos quais a metade interpretava pessoas amigáveis e a outra metade neo-nazistas.

Pode parecer algo meio cru, mas é porque os pesquisadores queriam minimizar o estigma social associado ao ódio de um grupo de pessoas, pois se um judeu afirma odiar um neo-nazista não é mau visto socialmente falando (ainda que as ações atuais de Israel na Palestina mostram que não são nada diferentes), o que permitiu aos voluntários poder se expressar sem complexos.


Posteriormente, os voluntários foram localizados em uma máquina de ressonância magnética funcional (fMRI) para que seus cérebros fossem observados enquanto viam os "protagonistas" sendo submetidos a supostamente dolorosas injeções nas palmas de suas mãos.

Quando os voluntários observaram os neo-nazistas experimentando as dores, aumentou a atividade neurológica na zona do cérebro conhecida como corpo estriado, associado entre outras coisas à sensação de recompensa. Os pesquisadores afirmaram que a descoberta "é interpretável como se sentir recompensado quando alguém observa uma pessoa 'recebendo o que merece'".

O que realmente impactou os pesquisadores foi descobrir que a matriz da dor ficava mais ativa quando os voluntários viam os neo-nazistas sofrendo do que quando viam as pessoas amigáveis, o que não implica que sentiam compaixão pelos neo-nazistas. Por que acontece isto?

Segundo a publicação, os cientistas não foram capazes de definir por nenhuma explicação em particular que justifique o comportamento do cérebro neste cenário, mas uma possível interpretação é que "processar a dor de um inimigo pode ser até mais importante do que processar a dor de uma pessoa menos relevante para ele".

Via | Motherboard.


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