Academia Sueca premia com o Nobel os descobridores da partícula de Deus
Desde meados de 2012 o mundo da pesquisa física, e em particular o âmbito da física de partículas, esteve comovido com a comprovação da existência do bóson de Higgs, uma elusiva partícula que ao menos teoricamente é o vínculo entre a matéria e a massa, o Big Bang e a posterior formação do universo tal e qual o conhecemos.
Agora parte deste esforço coletivo foi reconhecido com o Prêmio Nobel que a cada ano a Academia Sueca outorga, desta vez aos físicos François Englert e Peter Higgs por suas pesquisas em torno da referida partícula.
O comitê do prêmio Nobel emitiu o seguinte comunicado a respeito:
"A teoria premiada é uma parte central do Modelo Padrão da física de partículas que descreve como o mundo foi criado. De acordo com o Modelo Padrão, tudo, desde as flores e as pessoas até as estrelas e os planetas, consiste em um punhado de blocos de construção: partículas de matéria. Estas partículas são controladas pela força das partículas que se asseguram de que tudo funcione como deveria.
O Modelo Padrão também descansa na existência de um tipo especial de partícula: a partícula de Higgs. Esta partícula origina-se de um campo invisível que preenche todo o espaço. Inclusive quando o universo parecia vazio, este campo estava ali. Sem ele, nós não existiríamos, porque é por contato com o campo que as partículas adquirem massa. A teoria proposta por Englert e Higgs descreve este processo.
Em 4 de julho de 2012, no laboratório do CERN para física de partículas, a teoria foi confirmada pela descoberta de uma partícula de Higgs. O colisor de partículas do CERN, LHC, é provavelmente a maior e a mais complexa máquina jamais construída por humanos. Dois grupos de pesquisa de quase 3 mil cientistas cada um, ATLAS e CMS, conseguiram extrair a partícula de Higgs de bilhões de partículas colidindo no LHC.
E conquanto ter encontrado a partícula de Higgs é uma grande descoberta -a peça que faltava no quebra-cabeças do Modelo Padrão-, o Modelo não é a peça final no quebra-cabeça cósmico. Uma das razões para isto é que o Modelo Padrão trata certas partículas, os neutrinos, como virtualmente carentes de massa, enquanto estudos recentes mostram que estes em realidade sim possuem. Outra razão é que o modelo só descreve a matéria visível, o que unicamente se refere a um quinto de toda a matéria do cosmos. Encontrar a misteriosa matéria escura é um dos objetivos no entanto para que os cientistas continuem perseguindo as partículas desconhecidas no CERN."
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