A Ciência por trás da longa vida útil do mel
Arqueólogos modernos, escavando túmulos egípcios antigos, muitas vezes encontram algo inesperado entre os artefatos das tumbas: potes de mel, milhares de anos de idade, e ainda preservado. Através de milênios, os arqueólogos descobrem,o alimento permanece intocada, uma prova inequívoca do eterno prazo de validade do mel.
Existem alguns outros exemplos de alimentos
que se mantêm indefinidamente em seu estado bruto: sal, açúcar, arroz seco são alguns. Mas o mel pode permanecer conservado de forma totalmente comestível, enquanto ninguém gostaria de enfiar goela abaixo uma colherada de arroz cru ou de sal. è possível mergulhar ostensivamente uma colher em um pote de mel de mil anos e apreciá-lo, sem preparação, tal qual se tratasse de um dia após a coleta. Além disso, a longevidade do mel empresta outras propriedades, principalmente medicinais, que outros alimentos resilientes não têm. O que levanta a questão: o que exatamente faz do mel um alimento tão especial?
A resposta é tão complexo quanto o sabor do mel, já que não temos uma fonte de alimento, sem data de validade, sem uma enorme quantidade de fatores que trabalham em perfeita harmonia.
A primeira vem da composição química do próprio mel. O mel é, em primeiro lugar, um açúcar. Os açúcares são higroscópicos, um termo que significa que eles contêm muita pouca água em seu estado natural, mas pode facilmente sugar a umidade se deixado sem lacre. O mel na sua forma natural tem baixa umidade. Poucas bactérias ou microorganismos podem sobreviver em um ambiente como esse, eles simplesmente morrem sufocadas, Isso representa uma importante característica da longevidade do produto já que para estragar, é preciso que haja alguma coisa dentro dele que possa desencadear esta reação. Com um ambiente tão inóspito, os organismos não conseguem sobreviver por tempo suficiente dentro do pote de mel para ter a chance de estragá-lo.
O mel é também, naturalmente, extremamente ácido. Ele tem um pH que se situa entre 3 e 4,5, aproximadamente, este ácido mata quase tudo o que quer crescer ali. Então, bactérias e organismos que podem causar qualquer tipo de deterioração devem procurar outro lugar para morar já que a expectativa de vida dentro de mel é muito baixa.
Mas o mel não é a única fonte de alimento higroscópico. O melaço, por exemplo, um subproduto da cana de açúcar, é extremamente higroscópico e também é ácida, embora em menor grau do que o mel. E, no entanto, embora possa demorar um longo tempo -a maioria dos produtos derivados da cana de açúcar tem um prazo de validade prolongado-, mas eventualmente uma hora o melaço vai acabar estragando.
Então, por que uma solução de açúcar estraga, enquanto a outra dura indefinidamente? Agradeça as abelhas. Há, certamente, uma alquimia especial proporcionada ao mel pelas abelhas. O néctar, o primeiro material coletado pelas abelhas para fazer o mel, é naturalmente muito rico em água em qualquer lugar variando de 60-80 por cento. Mas, através do processo da tomada de mel, as abelhas desempenham um papel importante na remoção de grande parte desta umidade batendo as asas para secar literalmente o néctar.
No topo do comportamento, a composição química de um estômago das abelhas também desempenha um papel importante na resistência do mel. As abelhas têm uma enzima no estômago chamada glicose oxidase. Quando as abelhas regurgitam o néctar de suas bocas para os favos para fazer o mel, esta enzima se mistura com o néctar, dividindo-se em dois subprodutos: o ácido glucônico e peróxido de hidrogênio. Então, o peróxido de hidrogênio é a próxima coisa que vai para o trabalho contra todas essas outras coisas ruins que poderiam crescer.
Por esta razão, o mel vem sendo usado por séculos como um remédio medicinal. Porque é tão espesso que rejeita qualquer tipo de crescimento e contém peróxido de hidrogênio, que cria a barreira perfeita contra a infecção das feridas. O primeiro registro do uso de mel para fins medicinais vem de tabletes de argila sumérios, que afirmam que o mel era usado em 30% das receitas. Os antigos egípcios usavam mel medicinal regularmente, fazendo pomadas para tratar a pele e doenças oculares. O mel foi usado para cobrir uma ferida ou uma queimadura ou qualquer outra coisa que representasse um dano corporal, porque nada poderia crescer nele, por isso era um curativo natural.
Além do mais, quando o mel não está selada em um frasco, ele suga a umidade. E nesse caso ao sugar o líquido de um ferimento ele está também sugando a possibilidade de infecção enquanto libera uma diminuta quantidade de peróxido de hidrogênio. O peróxido de hidrogênio sai do mel é exatamente o que precisamos, é tão pequena que realmente ajuda a promover a cura.
Se você comprar o seu mel no supermercado, aquele pequeno pote foi aquecido e processado diversas vezes para que contenha zero partículas que possibilitem a cristalização. Mas se você comprar o mel de um fornecedor do sítio com produção a pequena escala, algumas partículas do pólen podem permanecer resultando em sua cristalização, mas não se preocupe, se ele estiver selado, não há problema nenhum. Pode ser mumificado e ressuscitado daqui a mil anos que seu pote vai estar ali te esperando.
Um frasco bem selado de mel, ao que parece, é o fator final que é fundamental para a sua vida útil longa, como exemplificado pelas célebres milenares espécimes egípcias. De qualquer forma é bom saber que pese ao fato de que seja um super-alimento e que tenha dezenas de aplicações, o mel não é sobrenatural, se você deixá-lo sem a tampa em um ambiente úmido, ele vai estragar.
Então, se você está interessado em manter o mel por centenas de anos, faça o que as abelhas fazem muito bem?: mantenha-o a maior parte do tempo selado, uma coisa difícil de fazer com este alimento delicioso!
Via | Smithsonian Mag.
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Comentários
o mel puro não estraga facilmente, e nem açucara ele pode cristalizar, se cristalizar leve ao banho maria que volta ao normal, não coloque água no vasilhame. mel estragado tem um cheiro forte de azedo,
O mel não estraga, o mel acucara.
Que características apresentam um mel estragado? Cheiro forte? Mudança na tonalidade? É que eu nunca vi isso acontecer e saber que em devidas condições o mel estraga muito me interessou. Se alguém puder me responder, desde já, agradeço
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