Cientistas descobrem mais evidência de que os golfinhos se chamam por seus nomes
Os golfinhos são identificados por alguns como a segunda espécie mais inteligente do planeta (após os ratos, segundo O Guia dos Mochileiros das Galáxias) e os cientistas estudaram estes animais por anos, tratando de decifrar alguns de seus assobios para, talvez, construir um sistema que permita conversar com eles.
Um grupo de biólogos da Universidade de St. Andrews na Escócia publicou um novo estudo que mostra que os golfinhos respondem de forma seletiva a versões gravadas de seus assobios específicos, de forma similar a quando estamos em um grupo e alguém diz nosso nome.
Um estudo anterior já mostrava que os golfinhos chamam uns aos outros usando certos assobios específicos. O experimento consistiu em encerrar um golfinho em uma rede, fazendo com que este pedisse socorro a seus colegas. No entanto, não havia nenhum conhecimento de como os golfinhos utilizavam estes chamados no oceano aberto.
Nesta ocasião, os pesquisadores gravaram os assobios de um grupo de golfinhos silvestres na costa da Escócia, e depois emitiram versões sintetizadas dos mesmos na água. Os golfinhos ignoraram os assobios que correspondiam a outros indivíduos que não estavam no grupo, e os que eram desconhecidos. Mas quando soava seu próprio apito, respondiam com o mesmo som (como dizendo "é nóis!"), fazendo supor que este é o seu nome.
Ainda há assuntos por resolver: os golfinhos nem sempre respondem igual. Às vezes, repetem o som, e outras vezes assobiam outra coisa. Talvez porque as respostas diferentes correspondam ao status do golfinho no grupo ou alguma outra coisa, como por exemplo: "fala mala!"
Que chamem uns aos outros por nomes específicos também nos permite inferir que os golfinhos recordam suas experiências com outros golfinhos no passado, dando uma nova profundidade às relações sociais entre estes mamíferos.
Isto também permitiria explicar como se comunicam já que a maioria das vezes não podem se ver entre si e na água, lógico, não podem usar o olfato, que é um sentido muito importante para o reconhecimento dos mamíferos, e ademais não permanecem apenas em um lugar, não têm ninhos ou lares para onde devem voltar.
Curiosamente, os golfinhos não têm cordas vocais, apesar de parecerem tão faladores: os sons procedem das bolsas presentes em seus espiráculos nasais e produzem até 1.200 por segundo.
Ademais, os golfinhos são capazes de realizar coisas complexas, e possuem uma especial capacidade para seguir ordens humanas muito complicadas. Até são capazes de reconhecer-se em um espelho, algo que poucos animais tem a capacidade. Também empregam ferramentas: quando caçam entre corais afiados colocam pedaços de esponja cobrindo seus focinhos como se fosse uma máscara de proteção.
Contudo, os golfinhos não são tão amáveis e pacíficos como quase sempre nos parecem. Há grupos de machos desordeiros que violam as fêmeas. Outros grupos de golfinhos baderneiros são capazes de golpear botos até matá-los apenas por diversão. Às vezes, também praticam o infanticídio, tal e qual explica John Lloyd no The Book of Animal Ignorance:
"Em um estudo completo sobre golfinhos selvagens que buscavam companhia humana, três quartos mostraram agressividade e pelo menos a metade se deixou levar por uma 'conduta sexual desviada' com bóias, embarcações e, inclusive, humanos. Dado que o golfinho-nariz-de-garrafa macho médio pesa 40 kg e possui um pênis de 30 centímetros de comprimento que termina em um gancho preênsil o suficientemente ágil para pegar uma enguia, não é muito boa ideia transmitir sinais equivocados a estes animais."
Via | Wired.
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