Todos somos DJs da informação, mas como é que uma ideia se torna contagiosa?
Estamos programados a querer compartilhar informação com outras pessoas. Disso não resta nenhuma dúvida. Mas o que não está muito claro é como é que algumas ideias são filtradas para chegar a milhões de pessoas, e outras não. Ao que parece algumas pessoas fincam o pé em questões de informação, como se tivessem uma fórmula infalível. No entanto, recentes pesquisas demonstraram que, enquanto a estratégia mercadológica é muito importante à hora de publicar uma ideia, digamos, em redes sociais, os impulsos cerebrais de quem a recebe participam da mesma forma.
Psicólogos da UCLA dedicaram-se durante algum tempo a identificar precisamente isto. Que regiões do cérebro estão associadas com o dispersão bem sucedido das ideias. E deram, sobretudo, um passo significativo para responder as seguintes perguntas: "Como as ideias se espalham?", "Que mensagens se tornam virais nas redes sociais?" e "Como predizer isto?"
Dita pesquisa poderia levar a criar campanhas de saúde pública mais bem sucedidas, comerciais mais persuasivos e melhores técnicas de comunicação dos professores para os alunos, apontaram os pesquisadores.
- "Antes deste estudo, não sabíamos quais regiões do cérebro estavam associadas com as ideias que se tornam contagiosas, e não sabíamos que regiões estavam associadas com ser um comunicador eficiente de ideias. Agora mapeamos as regiões cerebrais associadas com ideias que têm potencial de serem contagiosas e que estão associadas com o fato de ser um bom 'vendedor de ideia'", diz a líder da pesquisa Emily Falk.
Os resultados dos estudos foram publicados na revista Psychological Science, mas em síntese os achados foram os seguintes:
Após submeter dezenove alunos da referida universidade a ressonância magnética enquanto viam cinco (fictícios) pilotos de televisão, os organizadores pediram que se visualizassem como potenciais produtores de algum destes, ou que "vendessem" alguma das ideias a produtores potenciais. Aqui, os pesquisadores deram-se conta de que uma boa ideia detona regiões do cérebro durante os primeiros segundos (a maioria os participante acordaram em "comercializar" o mesmo piloto), e uma ideia sem potencial de comércio não detonava nenhuma região.
A ativação cerebral acontecia na região chamada "intersecção temporo-parietal", e destacava-se com maior rapidez naquelas pessoas que têm o talento de recomendar ou vender ideias, do que nas que não estão interessadas nisso.
O inovador deste estudo, além dos óbvios envolvimentos de marketing, é que pode levar os usuários da Internet a serem DJs da informação; escolhendo que ideias poderiam ser apreciadas por algumas pessoas e quais não têm muito potencial de interessar a ninguém. Detectar uma ideia viral assim que pensamos (ou vemos) poderia ser benéfico para todos.
O que fazer para treinar ou aprender como melhorar este talento de vender ideias? Bem, o estudo não abunda sobre o assunto, mas talvez seja interessante saber que a junção temporo-parietal está ligada à sensação do "eu", esta que ajuda a pessoa a se localizar no espaço, a perceber onde estão as fronteiras de seu corpo e onde ela está se colocando em um dado momento. Assim, extrapolando, as ideias virais podem ser aquelas em que nos sentimos perfeitamente inseridos e sobre as quais mantemos total controle.
Via | ScienceDaily.
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