O Viagra, inicialmente pensado para tratar a angina de peito e a hipertensão arterial, terminou despertando um efeito colateral nos voluntários que se submetiam aos ensaios: uma ereção prolongada. A companhia farmacêutica, depois de milhões de investimento, decidiu mudar seu objetivo para recuperar o dispêndio e fatura hoje bilhões.

Algo similar ocorreu agora com um fármaco contra a calvície, ainda que este sim já esteja em circulação: seu efeito colateral reduz o consumo de álcool. Muitos dos voluntários tratados por calvície pararam por completo o consumo de álcool, já que, ao beber, experimentavam um aumento da ansiedade e do cansaço, tonturas, intoxicação e ficavam bêbados com menor ingestão de álcool e sentiam menos euforia.

Um novo estudo, que será publicado em novembro na revista Alcoholism: Clinical & Experimental Research sugere que a finasterida, um remédio empregado para tratar a perda de cabelo masculino e a hiperplasia prostática benigna, também poderia reduzir a ingestão de álcool graças a um inibidor da 5a-reductasa que bloqueia a produção de vários hormônios, incluindo andrógenos e outros esteróides que ajudam a regular as redes cerebrais implicadas na emoção, a motivação, e a cognição.

Chuck Zorumski, coautor do trabalho, assinala:

- "Sabemos que o álcool aumenta a produção de neuroesteróides como a alopregnanolona nos animais e estes são os esteróides que poderiam estar por trás da sedação, embriaguez e os efeitos adversos do álcool, incluindo a perda de memória aguda (blecaute alcoólico)".

Mais antes de comprar o medicamento para colocar na bebida de seu marido sem que ele saiba é preciso saber de um outro possível efeito colateral da finasterida: ex pacientes apontam que o medicamento pode levar a problemas permanentes de ordem sexual, como dificuldade de ereção e perda da libido. Afinal é melhor ter uma maridão careca cheio de amor para dar ou um cabeludo gato de armazém? :-)

Via | ABC.

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