Os programadores dos anos 80 programavam com papel e lápis
Hoje damos por fato que é normal ter aplicações mágicas, smartphones e tablets quase tão finos como uma folha de papel. No entanto, antes as coisas eram muito, muito diferentes. Há um par de décadas, por exemplo, os programadores não eram os garotos mimados das grandes tecnológicas, da Apple, Google e companhia, nem tinham super computadores, nem criavam start-ups. Em 1985, como conta John Graham-Cumming , sua principal ferramenta para trabalhar era apenas papel e lápis.
Graham-Cumming, um programador, conta lhe atribuíram a missão de escrever o software para uma máquina que etiquetava garrafas. Foi todo um desafio. Teve que escrever o código a mão sobre papel porque não dispunha de um sistema para automatizar o processo. Utilizava um painel com teclado e uma diminuta tela, chamado KIM-1, para testar e introduzir o código. Era, quando menos, um trabalho estóico.
O processo, explica Graham-Cumming, basicamente consistia em escrever primeiro o código a mão, depois passá-lo a linhas na máquina com a ajuda do KIM-1 e calcular um pouco a olho temas como a localização da memória para cada instrução do software.
Pode ler a história completa no seguinte link (em inglês): How I coded in 1985. Se você é da geração de programadores leite com pêra, vale a pena ler para se ter uma ideia de como era a programação na sua pré-história.
Eu também usei caderno para programar, não nessa profundidade, mas era um trabalho titânico também, apesar de voluntário. Como tinha verdadeira adoração ao trabalho que fazia -programava LISP para CAD/CAM-, levava serviço para casa. Acontece que naquela época a gente não tinha dinheiro o bastante para ter -e nem o mercado oferecia- um bom computador em casa; no máximo tínhamos um TK90, MSX, CP500, etc, que não se equiparava nunca as estações de trabalho da empresa, o jeito era programar direto nas folhas de um caderno e segunda-feira entrar as linhas de código e esperar o resultado.
É realmente fascinante ver como mudou a informática em apenas 30 anos. Quem sabe como será dentro de outros 30?
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Comentários
Tirei meu chapéu (mais um vez) ao saber que você programou em LISP no papel. ;)
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