A China Antiga e sua Arquitetura Monumental
A China foi uma das primeiras civilizações da humanidade. Segundo lendas e tradições chinesas, o Vale do Rio Amarelo era habitado por agricultores e artesãos desde 3.000 a.C. Cultivavam milho e criavam animais, como cães, porcos e cabras. Sabiam fundir o bronze para fabricar armas e outros utensílios.
A arquitetura da China é tão antiga quanto a civilização chinesa. Ao longo da vasta área do território chinês ao japonês, da Manchúria à metade norte da Indochina francesa, o mesmo sistema de construção é predominante, e esta foi a área de influência cultural chinesa.
O estilo arquitetônico da civilização chinesa antiga surge de características regionais, modos de produção econômica, crenças religiosas, hábitos cotidianos e padrões culturais.
Os chineses usaram a madeira como o principal material de construção por milhares de anos.
Algumas características arquitetônicas especiais resultaram do seu uso: a determinação do espaçoo interior pela armação estrutural de madeira dando profundidade e largura, o desenvolvimento da técnica de aplicar vernizes à estrutura para preservá-la -- Estes em cores fortes e brilhantes, tornando-se característica chave da tradicional arquitetura chinesa -- e a técnica de construir uma plataforma para prevenir danos devido à umidade.
A pedra foi o material escolhido para a construção de grandes obras de arquitetura e engenharia tanto de caráter civil como militar. Entre elas, A Grande Muralha e os templos rupestres budistas onde câmaras e capelas de culto budistas, celas e outras dependências para a vida dos monges, foram escavadas em rocha viva.
Gruta Yungang
Qualquer conjunto arquitetônico chinês, seja civil ou religioso apresenta axialidade e simetria, determinadas pela existência de um eixo principal de disposição Norte-Sul onde se situam os edifícios e pátios mais importantes, e que servem de ponto de partida na distribuição simétrica e na hierarquia dos pátios e dependências de valor secundário.
Configuração da Cidade Proibida
Tumba de Qin Shi Huang
O complexo do mausoléu foi construído para servir como um palácio ou corte imperial. O projeto é uma miniatura da antiga capital, contando com uma cidade exterior, uma cidade interior, e a própria câmara subterrânea. Cada parte tinha seus respectivos edifícios, tais como aqueles da capital e cercado por uma muralha com diversos portões.
De acordo com o historiador Sima Qian (100 a.C.), o imperador foi enterrado em 210 a.C. juntamente com grandes tesouros e objetos artísticos, e ainda com uma réplica do mundo onde pedras preciosas representavam os astros, pérolas representavam os planetas, e lagos de mercúrio representavam os mares. Pesquisas recentes detectaram altos Índices de mercúrio no solo, comprovando o historiador.
Réplica do mundo
As obras precisaram da participação de 700 mil súditos e se prolongaram por 40 anos. A tumba que fica sob uma pirâmide de terra com 76 metros de altura e 350 metros quadrados de área, não foi explorada por se temer que a erosão provocada pelas chuvas possa danificá-la.
O Exército de Terracota
O exército de guerreiros e corceles de terracota, considerado a oitava maravilha do mundo, foram descobertos por pura casualidade.
Em 1974, enquanto uns vilarejos estavam escavando poços, desenterraram vários fragmentos de cerâmica, acontecimento a que não deram maior importância. Porém quando foram jogá-los fora, chegou um especialista em proteção de relíquias culturais. Após examinar os fragmentos de cerâmica, compreendeu que se tratava de uma descoberta muito importante e informou de imediato ao departamento distrital de relíquias culturais. As fisionomias dos guerreiros, chamam a atenção por sua diversidade e naturalidade, qualidades que mostram o alto nível alcançado pela escultura chinesa nos tempos da Dinastia Qin.
As figuras eram fabricadas em oficinas por artesãos do governo. Foram feitos em partes que eram unidas depois da queima e não em uma peça só. As figuras eram em tamanho e estilo natural, cerca de 1,80 metros. Variavam em peso, indumentária e penteado e eram então colocadas em seu lugar, em formação militar, de acordo com sua patente e posto.
A pintura da face, expressão facial individualizada e as armas e armaduras reais utilizadas criavam uma aparência realista e mostravam a qualidade do trabalho e a precisão envolvida na sua construção. Demonstram também o poder de um monarca que podia ordenar a construção de tão monumental empreita.
A Muralha da China
A grande Muralha da China foi construída como um mecanismo de autodefesa e seu objetivo militar era de impedir a entrada de tribos nômades oriundas da Manchúria e da Mongólia. Foi construída aproveitando a característica geográfica das montanhas, formada por muros, passagens, fortalezas e torres. A Grande Muralha não consiste em um só muro, mas em vários muros construídos em épocas diferentes, abrangendo muitas dinastias. A muralha mais antiga é do Reino Chu (688-292, antes de Cristo) da Dinastia Zhou do Oeste. Para proteger a muralha, guardas que habitavam as fortalezas e torres, ao avistarem inimigos passavam a informação de uma torre para a outra através de fogueiras, cada fogueira significava 500 inimigos, ou seja, se houvesse ameaça de aproximadamente 1.000 inimigos a torre que avistasse primeiro acenderia duas fogueiras e as demais fariam o mesmo, passando a informação adiante, preparando-os para o ataque. Foram construídos no total mais de 50 mil quilômetros da muralha da china, mas atualmente só existem 8.851,8 quilômetros de extensão, 7,5 metros de altura e em torno de 3,7 de largura. Sua construção teve inicio no ano 220 A.C. e conclusão somente no século XVI, na dinastia Ming.
Cidade Proibida
Construída do século XV, a Cidade Proibida é um conjunto de pátios, salões, pavilhões e jardins, de beleza e riqueza cultural extraordinárias. Lar de 24 imperadores das dinastias Ming e Qing durante os mais de 500 anos em que o lugar abrigou o Palácio Imperial, residência oficial e sede do governo.
Ninguém podia entrar na Cidade Proibida além do imperador e integrantes da corte, aqueles que tentassem seriam executados. Daí a origem do nome Cidade Proibida. O espaço foi aberto como museu em 1925 e, desde 1987, o complexo foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
A arquitetura planejada da Cidade Proibida mantém um senso harmonioso de equilíbrio entre os edifícios e o espaço aberto.
O complexo é simetricamente equilibrado ao longo de um eixo norte-sul, no entanto o design é fluido e rítmico em seu interior. Todas as estruturas são de madeira, os troncos podiam chegar a 1 m de diâmetro.
Possui mais de 800 edifícios e 9 mil divisões. Foram necessários mais de um milhão de trabalhadores para sua construção, ordenada pelo imperador Yong Le.
Os imperadores, chamados de "Filhos do Céu" ficavam acima das questões terrenas, um fato refletido na arquitetura do palácio. O vermelho das paredes e o amarelo dos telhados, cores predominantes, cujo significado é sucessivamente felicidade e fortuna, e só podiam ser utilizadas pela família real.
A Cidade Proibida é o principal símbolo da soberania da China, e um dos principais pontos turísticos do país.
Ponte Zhaozhou
Falar da arquitetura chinesa e não falar de suas belíssimas e resistentes pontes é esquecer uma parte importante de sua arquitetura.
A ponte Zhaozhou é a primeira no mundo a utilizar como vão central um grande arco de pedra entre dois pequenos arcos laterais. É situada no distrito de Zhaoxian, na província de Hebei, foi construída na Dinastia Sui há mais de 1.400 anos pelo arquiteto Lin Chun, famoso artesão de sua época.
A ponte foi construída com uma suave inclinação para facilitar a subida e descida de carruagens e transeuntes, seus pequenos arcos aliviam o peso sobre a estrutura, ampliam a capacidade da ponte de dar vazão à água em épocas de cheias.
A ponte além de viabilizar a passagem também se insere na paisagem como objeto decorativo.
Em maio de 1979, um grupo de cientistas chineses pesquisou a base da ponte de Zhaozhou, descobrindo que a ponte pesa 2.800 toneladas e têm sua base construída em blocos de pedra em cinco camadas com 1,55 m de altura e que a mesma foi assentada no leito arenoso do rio.
Uma variante do nome Qin originou a palavra China, mas os chineses chamavam sua terra de Império do Meio, pois a consideravam o centro do mundo. Os sucessores do soberano de Qin justificaram tal sentimento, transformando a China num império tão vasto e poderoso quanto o Império Romano, que na mesma época se estendia da Península Ibérica à Ásia Menor.
Adaptação de artigo acadêmico, tendo como autoras:
Fernanda Alencar, Sátyla Cerqueira e Taynah Canêdo.
Notícias relacionadas:
Comentários
nao me ajudou muito mas e bem interessante
Deixe um comentário sobre o artigo
Comentários devem ser aprovados antes de serem publicados. Obrigado!