Nariz: o órgão de nosso corpo que evolui mais rapidamente
Ainda que não exista registro fóssil das partes macias de nosso corpo (e isso inclui o nariz), análises genéticas realizadas pelo Cientista Nasal -ele se define assim- Avery Gilbert sugerem que o nariz é o órgão humano que evolui com maior velocidade.
Nos mamíferos, o olfato é controlado pela família de genes mais numerosa. O estudo do genoma humano vem demonstrando que o nosso tem evoluído mais rapidamente que o de nossos familiares mais próximos, os grandes símios. Isto significa que cheiramos menos, mas que percebemos mais os gostos e que enviamos aromas desde a parte posterior da garganta ao nariz quando mastigamos. Nas palavras de Avery:
- "O nariz do ser humano evoluiu para servir à boca".
Dois fatores poderiam ter provocado isto. Primeiro: usar o fogo para preparar a comida, trazendo com isso novos aromas. Segundo: a domesticação dos animais, introduzindo novos cheiros associados a novos alimentos: iogurte, queijo, leite, pão, etc. A domesticação do cão também nos proporcionou amigos fieis de bom olfato e há teorias muito prováveis que dizem que nossos antepassados delegaram para o cão a função do cheirar a caça.
Ainda que a ajuda do olfato dos cães deixou-nos como deficientes nasais, a verdade é que nosso olfato é mais poderoso do que parece. Segundo pesquisas realizadas na Universidade de Vanderbilt, as pessoas podem detectar o cheiro de seus parentes de uma forma surpreendentemente precisa. Nosso nariz é capaz de seguir uma pista, se estivermos dispostos a cheirar o chão, quando um pé nu ou com meias passou por ali há pouco tempo. No estudo 19 garotos entre 24 foram capazes de identificar seus irmãos só pelo cheiro de suas camisetas usadas, ademais 16 entre 18 pais vendados encontraram seus filhos somente pelo cheiro no meio de um grupo.
Mas a verdade é que a perda do olfato, a anosmia, pode ser muito traumática. A perda unilateral do olfato não costuma provocar aparecimento de sintomas. A bilateral, conhecida como anosmia bilateral, costuma vir acompanhada de insensibilidade gustativa. A parosmia, ou distorção do sentido do gosto, faz com que todos os alimentos tenham o mesmo cheiro desagradável. A causa mais freqüente de anosmia é um golpe na cabeça. Costuma ser persistente, mas quando se recupera pode passar de anosmia a parosmia (ou disosmia).
Ainda que sabemos bastante bem como funcionam o olho ou o ouvido, não sabemos tão bem como funciona o nariz, cujo funcionamento é baseado em uma série de conjecturas. Cheiram as moléculas devido a sua estrutura molecular, ou a sua vibração, ou a seu efeito sobre os receptores do olfato. Os receptores são formados por células com cílios longos unidos. Os cílios não podem vibrar porque estão embutidos em uma camada de muco. Por isso, qualquer cheiro deve ser solúvel neste substrato para poder ser detectado pelos cílios.
Via | What the Nose Knows.
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