O grupo de hacktivistas Anonymous ganhou a votação anual da revista Time das 100 pessoas mais influentes do mundo. Conquanto os editores da revista elegerão seus próprios ganhadores em 17 de abril, esta votação digital é seguramente mais representativa e mais significativa que a lista que deverá ser publicada nos seguintes dias, encabeçada provavelmente por um pop star ou um político ou qualquer outro "baba-ovo" cujo desempenho favorece aos interesses dos Estados Unidos, conforme aconteceu no ano passado quando a votação popular escolheu Assange e os diretores da revista, Zuckerberg.

Anonymous conseguiu quase 400 mil votos superando por mais de 130 mil a Erik Martin, o diretor da rede social de notícias Reddit, mostrando o poder da Internet e levantando suspeitas de que estes sites de alguma maneira "hackearam os votos" (algo que Anonymous negou). Há alguns anos Moot, o criador do 4Chan, um dos fornecedores do Anonymous, foi acusado do mesmo.

Observando a lista dos elegíveis, que pode ser consultada no seguinte link: 100 personagens do ano da Time, não há dúvida de que Anonymous é o personagem mais interessante e verdadeiramente influente fora de um sistema fechado, conquanto dificilmente poderia ser considerado uma pessoa. Por outro lado chama a atenção que uma revista como a Time, tradicionalmente alinhada com as corporações e à agenda política do governo dos Estados Unidos, de certa forma engrandeça este grupo que em teoria ameaça o sistema dominante.

Será que os conpiranoicos tem razão quando assinalem que Anonymous não é mais uma fachada da CIA, um novo inimigo criado para legitimar a guerra contra o "terror" na Internet?

Outros notarão que incluir o Anonymous na lista é um movimento que por definição procura mantê-lo à margem de toda a infra-estrutura e parafernália do poder dominante, uma forma de cooptar e infiltrar, ao menos no imaginário coletivo, este movimento que talvez seja melhor descrito, pelo menos neste momento, como um movimento desorganizado de rebeldes sem causa.

Via | Time.

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